Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial (Jan 2001)

Qual o valor da sedimentoscopia em urinas com características físico-químicas normais?

  • Costaval José Aloysio da,
  • Massote Antônio de Pádua,
  • Cerqueira Cláudio Manoel Macedo,
  • Costaval Adriane Pimenta da,
  • Auler Athos,
  • Martins Gilberto José

Journal volume & issue
Vol. 37, no. 4
pp. 261 – 265

Abstract

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O valor da sedimentoscopia em amostras de urina com exame físico-químico normal é questionado na literatura médica estrangeira, sendo que muitos pesquisadores a julgam desnecessária. Procurando contribuir para a elucidação desta dúvida e levando-se em conta que a maioria dos laboratórios brasileiros sempre executa o exame completo, foi analisada uma amostragem de uma clientela essencialmente ambulatorial, cujas requisições não permitiam determinar se havia finalidade diagnóstica. Fez-se um estudo de 10.234 amostras, que foram submetidas ao exame de rotina, sendo que 5.000 apresentaram exames físico-químicos normais. Destas foi feita uma avaliação dos achados da microscopia do sedimento que pudessem ser considerados possivelmente relevantes clinicamente. Entre esses achados, os de maior incidência foram: cilindros (29 exames - 0,58%) e piócitos em número igual ou superior a cinco por campo (26 exames - 0,52%). Todos os demais parâmetros foram encontrados em números iguais ou inferiores a 0,4%. Um percentual de 98,02 destas amostras não revelou anormalidade à microscopia. A análise estatística pelo método do X² (p < 0,01) sugere que não há necessidade da execução da sedimentoscopia nas urinas sem anormalidades no exame físico-químico, o que representaria uma redução de 48,85% dos sedimentos examinados. Desta forma se obteria uma sensível economia de tempo e de gastos, sem nenhum prejuízo para o paciente.

Keywords