PROTOCOLO ASSISTENCIAL DE AVALIAÇÃO DE RISCO E GERENCIAMENTO DE PACIENTES COM IDEAÇÃO SUICIDA, TENTATIVAS DE AUTOEXTERMÍNIO E AUTO MUTILAÇÃO: ANÁLISE DE 5 ANOS

Abstract

Objetivo: Este trabalho tem como objetivo apresentar os resultados monitorados ao longo de cinco anos do Protocolo Assistencial de Avaliação de Risco e Gerenciamento de Pacientes com Ideação Suicida, Tentativas de Autoextermínio e Auto Mutilação, na Rede D'Or - Hospital São Luiz, Unidade Anália Franco, SP. Material e método: Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, conduzido na rotina de qualidade e segurança do Hospital São Luiz, Unidade Anália Franco, em São Paulo. Utilizamos a pesquisa retrospectiva de 1235 protocolos abertos no período de 2019 a 2024, analisando os traçadores gerenciados e compilando informações quantificáveis. A amostra foi composta por 1235 pacientes adultos e pediátricos que deram entrada no Hospital e foram inseridos no Protocolo. A abertura do protocolo tem indicação para todos os casos de risco psíquico, tentativas de autoextermínio, ideação suicida e automutilação nas unidades de pronto atendimento, unidades de internação clínicas/cirúrgicas e unidades de tratamento intensivo, seguindo avaliação inicial e classificação de risco. Utilizamos como instrumentos de pesquisa, as planilhas gerenciadas e fichas de avaliação e acompanhamento dos pacientes, seguindo-se o fluxo definido pelo Protocolo e os indicadores pré determinados em nível institucional. Resultados: Durante o ano de 2019, foram abertos 165 protocolos, com média de 14 protocolos/mês. Em 2020, como reflexo da pandemia, foram abertos 157 protocolos, com média de 13 protocolos/mês. Em 2021, com variação positiva de +36%, foram abertos 213 protocolos, com média de 18 protocolos/mês. Em 2022 e 2023, foram abertos 256 e em 2023, 260 protocolos gerenciados, respectivamente, com média de 21 protocolos/mês e variação de +21% e +22%. Em 2024, no período de janeiro a julho foram abertos 184 protocolos com média de 30 protocolos/mês e variação de + 34%, corroborando com os dados da literatura que apontam o crescimento dos casos de comportamento suicida pós pandemia COVID 19. Conclusões: O Protocolo Assistencial de Avaliação de Risco e Gerenciamento de Pacientes com Ideação Suicida, Tentativas de Auto Extermínio e Auto Mutilação em nossa instituição, tem garantido a definição clara de critérios e procedimentos mínimos a serem seguidos para identificação, avaliação e encaminhamento dos pacientes com vulnerabilidade psíquica visando instituir medidas protetivas para garantir a sua segurança atendendo ás exigências éticas e legais e facilitando a compreensão da evolução do tratamento. Além disso, constata-se que nosso Hospital atende plenamente as exigências das certificadoras de qualidade (JCI), ao estabelecer critérios para os quais pacientes de risco psíquico são triados, conforme clinicamente indicado, com a utilização de ferramentas baseadas em evidências e adaptação do ambiente físico, minimizando danos. O monitoramento da efetividade do Protocolo e o treinamento dos profissionais, garantem a segurança no cuidado. Evidencia-se que a segurança do paciente, acompanhantes e colaboradores, sistematizada em um Protocolo gerenciado, contribui para o cuidado seguro integral e multidimensional.