Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Apr 1998)

Extração de eletrodo de marcapasso endocárdico permanente pela aplicação de radiofreqüência

  • Roberto COSTA,
  • João L. PICIONE,
  • Eduardo A. SOSA,
  • Maurício I. SCANAVACCA,
  • Sergio S. C. COSTA,
  • Martino Martinelli Filho,
  • Noedir A. G. Stolf,
  • Adib D. JATENE

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-76381998000200012
Journal volume & issue
Vol. 13, no. 2
p. 168

Abstract

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Introdução: Uma nova opção terapêutica para a remoção de cabos-eletrodo endocárdicos permanentes desativados é apresentada, utilizando a radiofreqüência para facilitar a liberação do eletrodo a partir do endocárdio, permitindo a extração transvenosa do sistema. Os resultados obtidos nos 4 primeiros pacientes tratados são apresentados. Casuística: Quatro pacientes portadores de processos infecciosos em eletrodos transvenosos abandonados foram submetidos a procedimento para remoção do cateter. Todos os pacientes eram portadores de eletrodos de fixação passiva por aletas implantados no ventrículo direito de 8,5 a 18,8 anos (M = 12,9 ± 5,6) antes. Em todos os casos a técnica da tração contínua havia sido utilizada exaustivamente, não se conseguindo a remoção. Métodos: Utilizou-se gerador de radiofreqüência Radionics RFG3D com anodo de 85 cm2 justaposto ao dorso do paciente e usou-se como catodo o próprio eletrodo a ser removido. Concomitante à tração contínua do cabo-eletrodo a aplicação de radiofreqüência era iniciada. Para cada paciente foram realizadas até três aplicações de 50 W com um tempo máximo de aplicação de 60 segundos em cada aplicação. O tempo e a potência foram determinados empiricamente pela equipe médica, considerando-se insucesso a não liberação do eletrodo a partir do miocárdio após a aplicação do montante de energia acima descrito. Resultados: O cabo-eletrodo foi removido completamente em 2 pacientes. Em 1, a radiofreqüência dissolveu a solda do condutor à ponta do eletrodo, que ficou presa ao miocárdio e no último paciente não houve liberação do cabo após o uso da máxima energia preestabelecida. Não houve complicações ou óbitos. Conclusões: A radiofreqüência pode ser usada como opção terapêutica para a liberação transvenosa de eletrodos abandonados. Maior experiência deve ser obtida para determinar a energia que deve ser utilizada para maximizar os resultados.Purpose: A new method for endocardial lead extraction, based on radiofrequency assistance, is proposed. The results obtained in the four initial cases are presented. Methods: Four patients with infected pacing leads were submitted to radiofrequency assisted lead extraction. Tined passive fixation leads were implanted in the right ventricle 8.5 to 18.8 (M = 12.9 ± 5.6) years before. Exhaustive continuous traction had been performed previously in four patients and failed to remove the leads. A Radionics RFG-3D Radio Frequency generator was connected to an anode fixed to the back of the patient. The cathode was the lead tip to be extracted. Up to three radiofrequency applications were performed in each patient. The energy released in each applications was up to 50 W during up to 60 seconds. This amount of energy was decided empirically based on the previous experience of the authors with radiofrequency ablation. No locking stylet was used. Results: Two patients had complete removal of their leads during RF application. In one patient radiofrequency energy disconnected the wire from tip of the lead, that rested in the myocardium. In another patient this procedures was not successful. No deaths or complications related to the technique occurred. Conclusion: RF can be used as an alternative method for lead extraction when laser assistance or countertraction cannot be used.

Keywords