Ciência Rural (Dec 2008)
Baixa dosagem de óxido de cromo para estimativa da produção fecal em bovinos Low level of chromium oxide to estimate faecal output in cattle
Abstract
Foi avaliado o uso de baixa dosagem de óxido de cromo (Cr2O3) incorporado em um alimento concentrado para estimativa da produção fecal (PF) em bovinos. Para tanto, foram conduzidos quatro ensaios de digestibilidade in vivo utilizando quatro novilhos com peso vivo médio de 214±31kg, recebendo ad libitum no cocho azevém anual (Lolium multiflorum Lam.) cortado verde. Aproximadamente 200g de ração contendo 5g kg-1 do indicador foi fornecida diariamente durante 12 dias, sendo feito a coleta de dados e amostras nos últimos cinco dias de cada período. A PF foi medida com o uso de sacolas de coleção total ou estimada com base na concentração do indicador em amostras fecais coletadas duas vezes ao dia (8 e 16h) ou a intervalos de duas horas entre 8 e 22h. A concentração média de cromo nas amostras coletadas às 8 e 16h (445mg kg-1) foi semelhante à média geral de todos os horários (447mg kg-1). O grau de recuperação fecal (GR) do indicador aumentou linearmente, de aproximadamente 40% para em torno de 80%, com o aumento da concentração fecal de cromo até esta última atingir um valor em torno de 250mg kg-1 de MO. Quando a concentração de cromo nas fezes foi superior a este valor o GR se manteve relativamente constante, em média 76%. A produção fecal foi superestimada pelo indicador em até 35% quando não corrigido para o GR. Quando corrigido para a recuperação fecal, as estimativas de produção fecal de MO estimadas foram similares às observadas. A excreção fecal de bovinos alimentados com azevém pode ser acuradamente estimada com o uso de baixa dosagem de óxido de cromo incorporado em uma ração peletizada concomitante à coleta de duas amostragens diárias de fezes.The aim of this research was to evaluate the use of a low level of chromium oxide (Cr2O3) incorporated into the concentrate ration to estimate faecal output (FO) in cattle. Four in vivo digestibility essays were conducted using four steers with live weights of 214±31kg, receiving fresh Italian ryegrass (Lolium multiflorum Lam.). About 200g of concentrate with 5g kg-1 of Cr2O3 was daily rationed during 12 days, where 7 days were used for animal adaptation and 5 days for measurements. The total faecal output was collected and compared with faecal output estimated from grab samples, collected twice a day (8:00 am and 4:00 pm) or at 2-hour intervals, from 8:00 am to 10:00 pm. The average faecal chrome concentration collected at 08:00 am and 04:00 pm (445mg kg-1) was similar with the average of samples collected at a 2-hour interval (447mg kg-1). The marker recovery rate (RR) increased linearly, from approximately 40% to around 80%, with the faecal chrome concentration until approximately 250mg kg-1 OM. When the faecal chrome concentration was higher than 250mg kg-1 OM the RR was relatively constant, with values around 0.76. The faecal output was overestimated up to 35% when the RR was not considered. When the RR was used, faecal output estimative was similar to the total faecal output collected. The faecal output can be accurately estimated in cattle eating ryegrass using a low level of Cr2O3 incorporated into the concentrate ration concomitant with twice-a-day faecal grab samples collection.
Keywords