Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)

TRATAMENTO PARA SÍFILIS CONGÊNITA NO RIO GRANDE DO NORTE: ANÁLISE DE 2008 A 2018

  • Dhyanine Morais de Lima Raimundo,
  • Janmilli da Costa Dantas,
  • Yago Tavares Pinheiro,
  • Richardson Augusto Rosendo da Silva,
  • Ana Elza Oliveira de Mendonça

Journal volume & issue
Vol. 27
p. 102883

Abstract

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Introdução/Objetivo: A incidência de sífilis congênita no Brasil vem mantendo a tendência de crescimento desde 2016, apesar dos esforços realizados pelos gestores e profissionais de saúde. Dentre as explicações para esse aumento contínuo destaca-se a ausência de tratamento ou oferta inadequada. Logo, torna-se fundamental analisar os tratamentos disponibilizados nos serviços da rede pública de saúde as crianças com sífilis. O objetivo é analisar o tratamento farmacológico das crianças com sífilis congênitas entre 2008 e 2018 no Rio Grande do Norte, Brasil. Metodologia: Estudo ecológico, com dados secundários das crianças diagnosticadas e notificadas com sífilis congênita, entre 01 de janeiro de 2008 e 31 de dezembro de 2018. Para análise foram calculadas as frequências absolutas e relativas, após importação dos dados para o programa Microsoft Excel. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, parecer no 3.775.828. Resultados: Foram notificados 3.550 casos de sífilis congênita, onde 2.272 (64%) crianças receberam tratamento com Benzilpenicilina cristalina, entre 100.000 e 150.000 UI/kg/dose, por 10 dias. Enquanto isso, 750 (21%) receberam tratamento com outro antibiótico, 170 (5%) foram tratadas com Penicilina G Benzatina 50.000 UI kg/dia/10 dias e 33 (1%) com dose única. Os tratamentos não realizados e ignorados totalizaram 325 (9%). Discussão: Segundo o Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (2022), o tratamento da sífilis congênita deve ser com Benzilpenicilina procaína a 50.000 UI/kg, IM, uma vez ao dia, por 10 dias ou Benzilpenicilina potássica (cristalina) 50.000 UI/kg, IV, de 12/12h (crianças com menos de 1 semana de vida) e de 8/8h (crianças com mais de 1 semana de vida), por 10 dias. Contudo, durante o período pesquisado, os dados revelaram que apesar da oferta gratuita na rede pública de saúde, identificou-se casos de tratamento inadequado e ou não ofertado. Este achado sugere despreparo dos profissionais de saúde para atender a população, seguindo as recomendações estabelecidas pelo protocolo do Ministério da Saúde. Conclusão: No período analisado, identificou-se que o tratamento farmacológico da sífilis congênita no estado do Rio Grande do Norte foi ofertado de forma inadequada para as criança diagnosticadas e notificadas. Isso revela a necessidade urgente de investimento em capacitação dos profissionais e sensibilização das gestantes para importância da prevenção e tratamento precoce da

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