Revista de Saúde Pública (Apr 1999)

Percepção de exposição a cargas de trabalho e riscos de acidentes em Pelotas, RS (Brasil) Workers' perception of exposure to occupational hazards and the risk of accidents in a Southern Brazilian city

  • Rosângela C. Lima,
  • Cesar G. Victora,
  • Marinel M. Dall'Agnol,
  • Luiz A. Facchini,
  • Anaclaudia G. Fassa

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-89101999000200005
Journal volume & issue
Vol. 33, no. 2
pp. 137 – 146

Abstract

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OBJETIVO: Investigar a associação entre a percepção de exposição às cargas de trabalho e o risco de acidentes. MÉTODOS: O delineamento do estudo foi o tipo de casos e controles. Os casos (n=264) incluíram os acidentes de trabalho típicos notificados no Instituto Nacional de Seguridade Social, de Pelotas, RS (Brasil), de janeiro a julho de 1996. Foram excluídos os óbitos (dois), os acidentes ocorridos na zona rural, e os que afastaram o trabalhador de suas atividades por menos de sete dias. Para cada caso foram selecionados três tipos de controles: um trabalhador da mesma empresa, um vizinho e um controle populacional. Os controles foram emparelhados com os casos por idade e sexo e precisavam ter vínculo empregatício formal e não ter sofrido acidente no último mês. Os dados foram analisados usando regressão logística condicional. RESULTADOS E CONCLUSÕES: Os trabalhadores que relatavam enfrentar situações de emergência, o trabalho em altura, perigo constante, ou ambientes ruidosos tinham cerca de duas vezes mais risco de acidentar-se. O trabalho em posições incômodas ou com esforço físico intenso aumentaram em 50% o risco de acidentes. As demais cargas de trabalho estudadas não se constituíram como fatores de risco para os acidentes. Os resultados foram ajustados para fatores de confusão.OBJETIVE: The study of the association between workers' perceptions of occupational hazards and the risk of occupational accidents. DESIGN: Case control study. POPULATION: The cases were 264 workers who presented a "typical" occupational accident, registered at the National Institute of Social Security in the city of Pelotas, between January and July, 1996. Fatal accidents (two) were excluded, as were those leading to an absence of less than seven days from work. The cases were interviewed in their homes with a standard questionnaire. For each case, three controls were chosen: a fellow-work, a neighbor and a population control. Controls were matched to the cases by age (± 5 years) and sex; workers who had suffered an occupational accident in the preceding month were excluded from the control group. All cases and controls were formally employed and lived in the urban area. The data were analyzed using conditional logistic regression. RESULTS AND CONCLUSIONS: The risk of occupational accidents was found to double among workers who reported having faced emergency situations at work, working in high places, facing constant danger or noisy environments. Working in uncomfortable positions or intense physical activities were associated with a 50% increase in risk. The remaining occupational hazards under study were not significantly associated with the risk of accidents. All of the above results were adjusted for confounding factors.

Keywords