Revista Brasileira de Geomorfologia (Apr 2020)

O USO DE MÉTODOS DE MAPEAMENTO AUTOMÁTICO DE RELEVO PARA ANÁLISE DE FORMAS GLACIAIS

  • Carina Petsch,
  • Luís Eduardo de Souza Robaina,
  • Romario Trentin,
  • Kátia Kellem da Rosa,
  • Anderson Ribeiro de Figueiredo,
  • Jefferson Cardia Simões

DOI
https://doi.org/10.20502/rbg.v21i2.1771
Journal volume & issue
Vol. 21, no. 2

Abstract

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O mapeamento geomorfológico de ambientes glaciais pode ser mais preciso com a aplicação da classificação digital gerada por Modelos Digitais de Elevação (MDEs). Este artigo avalia o potencial da metodologia geomorphon para a identificação de tipos de formas de relevo em ambientes glaciais de montanha. São propostas novas nomenclaturas para a classificação obtida diretamente por geomorphon quando aplicado ao mapeamento geomorfológico glacial. O método será chamado de Classificação Digital Revisada por Elementos de Geomorphon (Revised Geomorphon Digital Classification – RGDC). Parâmetros morfométricos e hidrológicos, extraídos dos MDEs SRTMGL 1 e ALOS PALSAR, em um setor da Cordilheira Branca, Peru, foram utilizados na nova proposta de classificação. As classes identificadas foram interpretadas como formas de picos piramidais (horns), arestas (arêtes), arestas fortemente retrabalhadas pelo intemperismo, morainas de avanço, encostas, vales em circo (anfiteatro), vales em U e vales em V. A classe de arestas é a mais facilmente identificada utilizando os geomorphons, o mesmo ocorrendo para classes de picos piramidais. Os resultados mostram o potencial do método automático de classificação digital de MDEs para o mapeamento de tipos de formas de relevo glacial. As morainas de maior amplitude topográfica foram facilmente identificadas devido à resolução espacial e acurácia vertical dos MDEs utilizados. O método geomorphon identifica mais tipos de relevo do que metodologias clássicas de identificação de formas de relevo por MDEs, 7 tipos de relevo, enquanto os métodos Dikau et al (1995) e ITP só fornecem 3 tipos. Já o MDE do ALOS PALSAR, com maior resolução espacial, não apresenta diferença na identificação de formas de relevo. O mapeamento gerado pode melhorar a reconstrução da evolução geomorfológica, apoiando a interpretação paleoglaciológica e o entendimento da ocupação territorial ao longo do Holoceno.

Keywords