Brazilian Journal of Psychiatry (Mar 1999)

Tratamento etiológico em psiquiatria: o modelo da neurossífilis

  • Fábio Leite Gastal,
  • Sérgio Soares Olivé Leite,
  • Sérgio Baxter Andreoli,
  • Maurício Almeida Gameiro,
  • Claudio Leite Gastal,
  • Fernando Kratz Gazalle,
  • Fabiana Barp Crema

DOI
https://doi.org/10.1590/S1516-44461999000100007
Journal volume & issue
Vol. 21, no. 1
pp. 29 – 35

Abstract

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Este trabalho tem como objetivo estudar a evolução histórica, durante 60 anos, das admissões por diagnóstico de neurossífilis em um hospital psiquiátrico e descrever o impacto da moderna antibioticoterapia. Foi baseado nos dados e planilhas do hospital psiquiátrico em estudo, de 1931 à 1991. O banco de dados do hospital contém informações do tipo: nome, sexo, idade, estado civil, nacionalidade, procedência, profissão, classe social, número de admissões por neurossífilis e outros diagnósticos, data de admissão, data de alta e diagnóstico pelo CID 9/WHO. A análise estatística envolveu todas as admissões até o último registro de paciente com diagnóstico de neurossífilis e comparado com resultados por outros tipos de admissões. Observou-se que antes da introdução da penicilina, nos serviços de saúde de Pelotas, em 1948, 19% das admissões eram por neurossífilis. Depois, os registros hospitalares descrevem uma tendência decrescente até a última admissão em 1968. O impacto da antibioticoterapia na história natural da neurossífilis foi o maior até hoje e nunca antes visto com outros recursos terapêuticos (biológicos, psicofarmacológicos e psicoterápicos), para outras doenças psiquiátricas.

Keywords