Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil (Dec 2011)
Acessibilidade organizacional de crianças com paralisia cerebral à reabilitação motora na cidade do Recife Organizational access to motor rehabilitation for children with cerebral paralysis in the city of Recife
Abstract
OBJETIVOS: caracterizar acessibilidade organizacional de crianças com paralisia cerebral aos serviços de reabilitação motora. MÉTODOS: estudo descritivo, retrospectivo, censitário, efetuado de janeiro a junho/2009, em três serviços de reabilitação do Recife. Participaram 38 menores de cinco anos, portadores do agravo, residentes no Recife. Utilizou-se questionário para obter informações de acompanhantes e prontuários das crianças. As variáveis foram descritas segundo serviço atual, primeiro serviço utilizado e número de serviços utilizados. RESULTADOS: entre os acompanhantes, 94,7% eram responsáveis pela criança (76,3% mãe) e 68,4% das crianças tinham entre 25-59 meses de idade. Metade usou mais de um serviço, ocorrendo utilização simultânea em 26,3%. Para 28,2% reabilitação iniciou-se mais de seis meses após diagnóstico. As crianças foram encaminhadas por médico (75,8%) e 86,4% tiveram um tempo máximo de espera para primeira consulta com fisioterapeuta de 30 dias. As responsáveis encontraram dificuldade para agendar primeira consulta (68,4%). Uma maior dificuldade para continuar fisioterapia foi identificada entre aqueles que usaram de dois e mais serviços. CONCLUSÕES: constatou-se demanda reprimida. Utilização de mais de um serviço e superposição de serviços sugeriram insatisfação com atenção. Os processos políticos e organizacionais voltados à estruturação do sistema de referência/contrarreferência necessitam priorização.OBJECTIVES: to characterize organizational access to motor rehabilitation services for children with cerebral paralysis. METHODS: a descriptive, retrospective, censusbased study, carried out between January and June 2009, at three rehabilitation services in Recife. The study covered 38 children aged less than five years, with the disorder, residing in Recife. A questionnaire was used to obtain information from the individual accompanying the child and the child's medical records. The variables were organized according to current service, first service used, and number of services used. RESULTS: of the people accompanying the children, 94.7% were one of the child's parents or legal guardian (76.3% mother) and 68.4% of the children were aged between 25 and 59 months. Half had attended more than one service, in 28.2% of cases simultaneously. For 28.2% rehabilitation was commenced more than six months after diagnosis. The children were mostly referred to the service by a doctor (75.8%) and 86.4% had a maximum waiting time of 30 days for the first consultation with a physiotherapist. The parents or legal guardians generally found it difficult to schedule the first consult (68.4%). Greater difficulty in continuing physiotherapy was found among those who used more than one service. CONCLUSIONS: there appears to be a hidden demand. Use of more than one service (at times simultaneously) suggests dissatisfaction with the level of care. Political and organizational processes relating to the referral/counter-referral system should be accorded high priority.
Keywords