Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)
NOVAS TÉCNICAS PARA DETECÇÃO DE DOENÇA RESIDUAL EM NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS: REVISÃO SISTEMÁTICA
Abstract
Objetivos: Objetivou-se analisar e sintetizar as novas técnicas emergentes para a detecção de doença residual mínima (DRM) em neoplasias hematológicas, identificando avanços tecnológicos como Polymerase Chain Reaction digital (PCRd), sequenciamento de nova geração (NGS) e citometria de fluxo multiparamétrica (CFM). Buscou-se comparar sua eficácia, precisão diagnóstica, sensibilidade e especificidade, além de avaliar sua aplicação clínica em diferentes tipos de neoplasias hematológicas, com o objetivo de compreender seu impacto no prognóstico e na tomada de decisões terapêuticas. Material e métodos: Realizou-se revisão sistemática da literatura com trabalhos nos idiomas português e inglês, publicados nos últimos 5 anos, nas bases de dados científicos PubMed e Scientific Electronic Library Online (SciELO), a partir dos descritores “Minimal Residual Disease Detection” e “Minimal Residual Disease Detection in Hematologic Malignancies”. Resultados: A revisão revela melhorias substanciais na precisão e eficácia dos novos métodos para a identificação da DRM. A técnica de PCRd permite a detecção de quantidades absolutas de pequenas amostras de material genético, aumentando a acurácia na análise molecular e refinando a detecção de alterações genéticas em neoplasias hematológicas. Analogamente, o NGS avançou na cobertura genética e na bioinformática, proporcionando uma análise mais abrangente do perfil genético das células tumorais e identificando mutações com alta sensibilidade. Além disso, os recentes avanços em bioinformática têm aprimorado a precisão e agilidade na interpretação dos dados do NGS. Em paralelo, a CFM foi aprimorada para analisar múltiplos marcadores simultaneamente, aumentando a sensibilidade e a resolução na identificação de pequenas quantidades de material genético e expandindo sua aplicação clínica para monitoramento e ajuste de estratégias terapêuticas. Discussão: Como apresentado, esses métodos revolucionaram o diagnóstico da DRM, proporcionando uma avaliação mais precisa e detalhada na prática clínica das neoplasias hematológicas. Isso permite a personalização do manejo terapêutico, facilitando ajustes rápidos nas terapias conforme necessário. Dessa forma, viabiliza-se um tratamento mais preciso, com menor exposição a terapias não efetivas e reduzindo os efeitos colaterais. Considerando esses avanços, é fundamental analisar as indicações específicas de cada técnica. O PCRd é eficaz na detecção de pequenas quantidades de material genético em leucemias, como a leucemia linfoblástica aguda (LLA) e leucemias mieloides agudas (LMA), além de linfomas não-Hodgkin. O NGS oferece uma análise abrangente do perfil genético em LMA e linfomas. Por sua vez, a CFM é útil no monitoramento de LLA e mieloma múltiplo, permitindo a análise simultânea de múltiplos marcadores. Essas técnicas se complementam, proporcionando uma abordagem adaptativa e eficaz no manejo das neoplasias hematológicas. Conclusão: Conclui-se que os métodos diagnósticos supracitados impactam profundamente o manejo clínico da DRM, possibilitando um diagnóstico apurado e precoce, além de uma abordagem terapêutica adequada. Contudo, não são amplamente difundidos, sobretudo devido ao alto valor atribuído. Ainda assim, devem ser encaradas como escolhas assertivas para identificação da DRM, quando necessário, se bem indicadas.