Revista Brasileira de Cartografia (Jul 2015)

DINÂMICA CARTOGRÁFICA E TOPONÍMICA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (SECÚLO XVI - XX)

  • Paulo Márcio Leal Menezes,
  • Manoel do Couto Fernandes,
  • Kairo da Silva Santos,
  • Amanda Biondino Sardella,
  • Rayanne Seidel Correa de Paula Cardoso,
  • Sara Lemos Pinto Alves,
  • Alan José Salomão Graça

Journal volume & issue
Vol. 67, no. 4

Abstract

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O Estado do Rio de Janeiro possui atualmente uma área de 43.696 km2, incorporando 92 municípios e 185 distritos, bem como centenas de pequenas vilas e povoados. Possui uma rede hidrográfi ca que se espalha sobre o seu território, a qual permitiu a penetração e ocupação do interior durante o período de colonização. Sua orografi a é definida por áreas planas, onduladas e montanhosas, com diversas serras. Seus primeiros topônimos datam do fi nal de 1501 e início de 1502, inclusive o mais conhecido, Rio de Janeiro, que denominou a atual Baía de Guanabara à primeiro de Janeiro de 1502. A ocupação, no entanto, só inicia-se em 1503, com uma feitoria em Cabo Frio. O desenvolvimento de seu território se deu com a criação das capitanias hereditárias, entre 1534 e 1759, visando inicialmente a colonização, a administração e a proteção do território contra invasões estrangeiras. Neste período, porém, o território da Capitania do Rio de Janeiro sofreu sensíveis alterações, sobretudo em sua formação territorial, com perdas e agregações territoriais. Como província, ocorreram ainda algumas alterações, as quais praticamente só vieram a consolidar a maior parte de seu território a partir de meados do século XIX, já durante o Império. Este trabalho tem por objetivo traçar um elo entre a Cartografia Histórica do Estado do Rio de Janeiro e, em consequência, a sua formação territorial, bem como a sua toponímia, realizando um estudo do seu desenvolvimento através da identificação e análise dos topônimos extraídos dos diversos mapas históricos analisados. O território do Rio de Janeiro possui uma vasta cartografi a, desde o século XVII, XVIII até os das de hoje, entretanto, muito pouco existe relativamente ao século XVI. Dessa forma, é possível, com a identifi cação de topônimos nos mapas, a realização de análises que permitem inferir importantes conclusões sobre a forma de ocupação, estrutura dos nomes, motivações toponímicas entre outras. Assim a metodologia desenvolvida foi a identifi cação e armazenamento dos topônimos obtidas nos diversos mapas, em um banco de dados, cada uma posicionada em um sistema de coordenadas locais, relativo a cada mapa trabalhado. Cada nome geográfico foi caracterizado por uma coordenada pontual, mesmo que a geometria associado não o fosse. Após a realização de alguns processos de georreferenciamento e ajustamento espacial, foi possível associar coordenadas geográficas a cada nome. As análises efetuadas sobre os mapas, em relação à distribuição dos nomes, foram as seguintes: ocupação espacial, densidade e tipo de feição. Relativamente aos nomes geográficos, foram analisados os aspectos da língua original e motivação toponímica. Ainda foram estudadas as alterações toponímicas ocorridas sobre alguns dos nomes geográficos. Os topônimos serão incluídos na base de dados espaço-temporal do Estado do Rio de Janeiro, trabalho ainda em desenvolvimento. Esta pesquisa dá continuidade ao trabalho sobre Cartografia Histórica e Toponímia do Estado do Rio de Janeiro, desenvolvido pelo Laboratório de Cartografia do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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