Cadernos de Saúde Pública (Sep 2011)

Anos potenciais de vida perdidos por mulheres vítimas de homicídio na cidade do Recife, Pernambuco, Brasil Years of potential life lost by female homicide victims in Recife, Pernambuco State, Brazil

  • Leonildo Severino da Silva,
  • Maria Lúcia Neto de Menezes,
  • Cyntia Lins de Almeida Lopes,
  • Maria Suely Medeiros Corrêa

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-311X2011000900006
Journal volume & issue
Vol. 27, no. 9
pp. 1721 – 1730

Abstract

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Estudo epidemiológico, transversal, objetivando calcular os anos potenciais de vida perdidos por mulheres vítimas de homicídio na cidade do Recife, Pernambuco, Brasil, no quinquênio 2003-2007. Utilizou-se de um banco de dados da Gerência Operacional de Informação de Mortalidade e Natalidade da Secretaria de Saúde do Recife, e foram revisadas todas as declarações de óbitos das vítimas de homicídio, com idade fértil no quinquênio analisado. Os resultados revelaram que houve 12.120 anos potenciais de vida perdidos, no período, por mulheres jovens, negras (88%), de escolaridade desconhecida (78,2%), solteiras (80%), mortas na Região Político-administrativa III, que foram assassinadas com uso de arma de fogo, no próprio domicílio. A taxa de mortalidade específica, no período, correspondeu a 10,8 por 100 mil mulheres em idade fértil. Os 43,3 anos de vida perdidos por cada vítima refletem, entre outros aspectos, as características do município, relativas ao nível de pobreza, desemprego, densidade populacional, instabilidade residencial, desigualdade social, que expõem seus habitantes a crises sociais, crimes e violência.This cross-sectional epidemiological study aimed to calculate the potential years of life lost by female homicide victims in Recife, Pernambuco State, Brazil, in 2003-2007. A database was used from the Operational Division for Information on Births and Deaths under the Recife Municipal Health Department. All death certificates for childbearing-age women were reviewed for the five-year period. The results showed a total of 12,120 potential years of life lost by these women, mostly young, black (88%), with unknown levels of schooling (78.2%), single (80%), in District III of the city, and murdered with firearms in their own homes. The specific mortality rate was 10.8 homicides per 100,000 childbearing-age women. The 43.3 years of life lost per woman express the city's characteristics, poverty levels, unemployment, population density, residential instability, and social inequality, exposing residents to social strife, crime, and violence.

Keywords