Acta Botânica Brasílica (Jun 2011)
Non-overlap of hosts used by three congeneric and sympatric loranthaceous mistletoe species in an Amazonian savanna: host generalization to extreme specialization Não-sobreposição de hospedeiros utilizados por três espécies de ervas-de-passarinho lorantáceas congêneres e simpátricas em uma savana Amazônica: generalização pelo hospedeiroà extrema especialização
Abstract
Two main hypotheses predominate in the literature on mistletoe-host specificity: (1) mistletoes are only likely to specialize on plant species on which they are frequently deposited; and (2) compatibility between mistletoes and plant species is a prerequisite for mistletoe-host parasitism. I explored these hypotheses by studying the seed deposition patterns and mistletoe-host compatibility in populations of three congeneric and sympatric mistletoe species of the genus Psittacanthus (P. biternatus, P. eucalyptifolius and P. plagiophyllus - Loranthaceae). I recorded the presence or absence of these mistletoe species in 15 tree species in a savanna patch in Amazonia. Among the five tree species that I found to be potential hosts (at least one tree individual infected), I also recorded if they had at least one mistletoe seed of any species attached to their branches. Finally, I planted seeds of all mistletoe species on the same individual trees in various hosts and non-host species and recorded seed survivorship and seedling establishment within 7 (P. plagiophyllus) to 12 months (P. biternatus and P. eucalyptifolius) after planting. There was no overlap among trees used as hosts by the three Psittacanthus species. Th e most specialized mistletoe species occurred in different host tree species with low relative abundance at the study site (Psittacanthus eucalyptifolius on Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke, and P. plagiophyllus on Anacardium occidentale L.). Mistletoe-host compatibility, and not seed deposition patterns, was the factor most likely to explain patterns of host use by Psittacanthus species at this study site.Duas hipóteses principais predominam na literatura sobre a especificidade entre ervas-de-passarinho e hospedeiros: (1) ervas-de-passarinho só poderão se especializar em espécies de plantas em que elas são frequentemente depositadas; e (2) compatibilidade entre as ervas-depassarinho e as espécies de plantas é um prerequisito para o parasitismo. Explorei estas hipóteses com o estudo dos padrões de deposição de sementes e a compatibilidade entre ervas-de-passarinho e hospedeiros em populações de três espécies de ervas-de-passarinho congenéricas e simpátricas do gênero Psittacanthus (P. biternatus, P. eucalyptifolius and P. plagiophyllus - Loranthaceae) e registrei a presença ou ausência destas três espécies em 15 espécies de árvores em uma mancha de savana na Amazônia. Entre as cinco espécies de árvores que eu encontrei infectadas, também registrei se elas possuíam pelo menos uma semente de erva-de-passarinho de qualquer das espécies aderida aos seus galhos. Finalmente, plantei sementes de todas as espécies de ervas-de-passarinho nas mesmas árvores em várias espécies de hospedeiros e não-hospedeiros e registrei a sobrevivência das sementes e o estabelecimento ao final de 7 (P. plagiophyllus) e 12 meses (P. biternatus e P. eucalyptifolius). Não houve sobreposição entre as árvores utilizadas como hospedeiros pelas três espécies de Psittacanthus. As espécies de ervas-de-passarinho mais especializadas ocorreram em diferentes espécies de hospedeiros com baixa abundância relativa na área de estudo (Psittacanthus eucalyptifolius em Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke, e P. plagiophyllus em Anacardium occidentale L.). A compatibilidade entre a erva-de-passarinho e o hospedeiro, e não o padrão de deposição de sementes, foi o fator mais propício a explicar os padrões de uso de hospedeiros por Psittacanthus neste local.
Keywords