Revista Principia (Jan 2025)

Caracterização química do bagaço de laranja: potencial rota para uso desse resíduo

  • Ariane Tiemi Mitsuhara,
  • Jheyce Cristina Moraes,
  • Carlos Eduardo Crestani

DOI
https://doi.org/10.18265/2447-9187a2022id7678
Journal volume & issue
Vol. 62, no. 0

Abstract

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Este trabalho relata uma caracterização completa de bagaço de laranja. O processamento da laranja para extração do suco gera o bagaço como resíduo agroindustrial que representa cerca de 50 % do volume total do fruto, composto por casca, semente e polpa. Seu uso, atualmente, consiste em aplicações de baixo valor agregado, como queima e adição à ração animal. O setor de energia renovável tem crescido em volume e importância nos últimos anos, por isso, é fundamental que o setor traga valor agregado e melhores usos para os resíduos industriais. O primeiro passo para isso é conhecer a composição desse resíduo que muitas vezes está sendo queimado em sua totalidade. Neste trabalho, análises químicas foram realizadas utilizando padrões TAPPI e NREL específicos para materiais lignocelulósicos e mostraram que o resíduo de laranja contém, em massa seca, 2,9 ± 0,2 % de cinzas, 12,3 ± 0,9 % de umidade, 37,3 ± 0,9 % de extrativos em água (o melhor solvente testado), 38,5± 2,0 % de holocelulose, 33,1 ± 1,5 % de celulose, 5,4 ± 2,0 % de hemicelulose e 2,9 ± 0,5 % de lignina. A composição química permite o aproveitamento do material lignocelulósico e da lignina do bagaço, das proteínas e do óleo essencial das cascas, proporcionando um aproveitamento com maior valor agregado aos resíduos, com benefícios econômicos e ambientais. Para isso, essa caracterização completa do material é essencial.

Keywords