Revista Diálogo Educacional (Jul 2015)

SIGNIFICADOS PRODUZIDOS POR PROFESSORES E ALUNOS ENVOLVIDOS NO PROGRAMA SALAS DE APOIO À APRENDIZAGEM NO ESTADO DO PARANÁ

  • Francismara Neves de Oliveira,
  • Carlos Toscano

DOI
https://doi.org/10.7213/dialogo.educ.15.044.AC04
Journal volume & issue
Vol. 15, no. 44
pp. 267 – 291

Abstract

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Este artigo analisa as significações de ensinar e de aprender produzidas por professores e alunos de salas de apoio à aprendizagem em duas escolas estaduais em Londrina (PR). De caráter qualitativo, adotando a modalidade descritiva-interpretativa, a pesquisa apoiou-se nos estudos de Ezpeleta e Rockwell (1986), Moysés e Collares (1992), Lahire (1997) e Aquino (1997, 1998), com o objetivo de compreender o trabalho desenvolvido nesses espaços de atuação. As perguntas de pesquisa foram: quais as significações de alunos e professores a respeito do aprender e das dificuldades de aprender? Como a sala de apoio à aprendizagem é significada? Que significações estão presentes nos documentos norteadores do programa Salas de Apoio à Aprendizagem? Para sua realização, adotamos os seguintes procedimentos metodológicos: revisão bibliográfica, pesquisa documental, observação e entrevista. Dentre os resultados obtidos destacamos: 1) a existência do programa Salas de Apoio à Aprendizagem sinaliza o reconhecimento do problema do não aprender como algo sistêmico, entretanto, suas ações são concentradas na oferta de salas de apoio somente para as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, cujas aulas são, via de regra, percebidas pelos alunos como idênticas às que tiveram na sala regular e não compreenderam; 2) a busca de certa culpabilização dos sujeitos pelo não aprender é muito presente e, a depender do lugar ocupado nas relações, a culpa pode recair sobre o professor, sobre o aluno e/ou sobre sua família.