Brazilian Journal of Infectious Diseases (Sep 2022)

CONHECIMENTO, ATITUDES E PRÁTICAS SOBRE A TUBERCULOSE DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DA ÁREA DA SAÚDE

  • João Guilherme Araujo Matarazo,
  • Bruno Kenji Kito,
  • Fernando N.G. Boni,
  • Davi G.S. Merighi,
  • André S.B. Lordelo,
  • Aline Fernandes Silva,
  • Priscila Paulin,
  • Eliana Peresi-Lordelo

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 102543

Abstract

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Introdução: A tuberculose (TB) é uma doença que atinge um quarto da população mundial e, os profissionais da área da saúde são considerados como uma população de risco para a doença. Desta forma, verificar as informações de estudantes universitários da área da saúde sobre a TB poderia colaborar com ações para a sua prevenção. Objetivo: Avaliar o conhecimento, atitudes e práticas sobre a TB de estudantes de biomedicina de uma universidade do interior paulista. Método: Foram entrevistados 140 estudantes do curso de biomedicina de uma universidade do interior paulista, através de um questionário semiestruturado, composto por questões fechadas e organizado em quatro blocos relacionados à TB: Conhecimento; Atitudes e comportamentos; Atitudes e estigma; Consciência e informação. Foi realizada uma análise descritiva e de frequência dos resultados. O trabalho foi aprovado pelo CEP (13359019.3.0000.5515). Resultados: 42,88% consideram a TB como grave e 53,57% muito grave. Sintomas indicados: 72,14% falta de ar, 60,71% cansaço, 60% tosse com sangue, 57,14% tosse seca, 55,71% dor no peito, 55,71% tosse mais de duas semanas e 55,71% febre. 96,42% indicaram que “se pega” através do ar e 97,88% que qualquer pessoa poderia “pegar”. Como prevenção, 89,28% indicaram cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir. 7,14% indicaram não haver cura e 20,71% que não sabiam. Com relação ao tratamento, 2,88% não sabiam, 5,73% erraram e 33,71% não sabiam o seu valor. Com relação às atitudes e práticas, 67,86% indicam medo se tivesse TB, 35,71% desespero e 32,14% surpresa. 75,71% indicaram que procuraria ajuda no momento que os sinais e sintomas relacionados à tuberculose estivessem presentes. Com relação às atitudes e estigmas, somente 17,14% conheciam alguém com TB. 64,28% seriam solidários e desejariam ajudar o paciente; 18,57% solidário, mas prefere ficar longe dessas pessoas; 16,43% teriam medo, pois poderiam se infectar. Quando questionados como um paciente seria considerado por outros, indicaram que: 42,14% das pessoas na maior parte ajudam e 40,71% das pessoas são amigáveis, mas geralmente tentam evitá-lo. 92,86% consideram o HIV como fator de risco. 75% não se sentem bem-informados, apesar de 77,85% dos participantes terem recebido informações sobre TB. Conclusão: Nossos resultados demonstraram de forma geral que os estudantes apresentam bom conhecimento sobre diversos aspectos da tuberculose, entretanto, ainda existem pontos falhos, indicando a necessidade de estratégias para melhor divulgar as informações sobre a doença.