Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Jun 2004)
Emprego de sistemas robóticos na cirurgia cardiovascular Robotic systems in cardiovascular surgery
Abstract
O desenvolvimento de sistemas robóticos para cirurgia teve início na década de 80, por solicitação do exército norte-americano, que antevia a possibilidade de realizar operações em teatros de guerra, distantes do local onde estava o cirurgião. Entretanto, o primeiro uso em humanos só ocorreu anos mais tarde, numa ressecção transuretral de hiperplasia benigna de próstata. Cirurgiões cardíacos foram logo atraídos pela técnica robótica devido a possível aplicação com reduzido caráter invasivo; esperava-se menor trauma cirúrgico e redução da dor, morbidade, tempo de internação e custo do procedimento. Atualmente, de forma restrita e em casos selecionados, robôs são usados para revascularização do miocárdio e implante de marcapasso em cirurgias cardíacas totalmente endoscópicas; podendo também constituir apoio visual na retirada de artéria torácica interna, reconstrução valvar mitral e correção de defeitos congênitos. Utilizando o robô auxiliar AESOP® para controle do videotoracoscópio, com controle vocal por meio do sistema HERMES®, temos realizado dissecção da artéria torácica interna, implante de eletrodo ventricular esquerdo e abordagem de defeitos congênitos na cirurgia de correção. Apesar do entusiasmo científico inicial com a cirurgia robótica, ainda não existe evidência clara de superioridade desta técnica em relação à operação convencional, em termos de resultado. Isto se aplica também ao custo, pois o investimento inicial na aquisição de sistema cirúrgico completo (console, controle de vídeo, instrumental) provavelmente é compensado após muitos procedimentos e longo intervalo. Mas é certo que a cirurgia robótica terá um lugar no futuro, possibilitando aprendizagem, telepresença e realização de procedimentos pouco invasivos, embora complexos.The development of robotic systems for surgery started in the 80's, motivated by the US army's need for surgical procedure in field hospitals with surgeons in a distant location (tele-presence). But the first human application of robotic surgery occurred years later in a transurethral resection for benign prostatic hyperplasia. Cardiac surgeons were attracted to the robotic techniques because of the potential reduction in the invasive character of the procedures. This results in reduced trauma, a reduction of pain and morbidity, a faster recovery and lower cost of surgery. Robotic systems were developed, allowing totally thoracoscopic cardiac surgery for myocardial revascularization and multi-site pacemaker implantation in selected cases. Video-thoracoscopic support systems for internal thoracic artery harvesting, mitral valve reconstruction and correction of congenital heart defects also exist. We used the AESOP® system with HERMES® voice control to harvest the internal thoracic artery, trans-thoracic implantation of the left ventricular electrode and as an approach to congenital heart defects for surgical repair. In spite of scientific enthusiasm related to robotic surgery, there is no clear evidence of superiority of this technique when compared to conventional procedures in terms of results. The same is true with the cost of the procedures, and even if a single robotic surgery is less expensive, the initial investment for a complete robotic system (console, video control, instruments) can be compensated only with many procedures over the long term. But there is no doubt that robotic surgery will have a place in the future of surgery, providing tele-presence of the surgeon, enabling teaching and training and performing less invasive surgical procedures.
Keywords