RevSALUS (Jul 2023)

Efeitos do tratamento osteopático em indivíduos com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC): revisão sistemática

  • Ana Rita Pinheiro,
  • Beatriz Paiva,
  • Bruna Silva,
  • Joana Monteiro,
  • Helena Sousa,
  • Natália Campelo

DOI
https://doi.org/10.51126/revsalus.v5iSup.632
Journal volume & issue
Vol. 5, no. Sup

Abstract

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Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é uma doença pulmonar inflamatória crónica, multifatorial, com elevada incidência e prevalência em Portugal e no mundo. A osteopatia tem sido proposta como uma abordagem complementar e segura no tratamento das demais doenças inflamatórias crónicas, inclusive a DPOC. Objetivos: Avaliar os efeitos da intervenção osteopática na sintomatologia, bem-estar e qualidade de vida de indivíduos com DPOC. Material e Métodos: A pesquisa científica foi realizada no dia 23 de abril de 2022 nas bases de dados Pubmed e Web of Science Core Collection. Foram incluídos somente RCT’s publicados desde 2008. Estes estudos incluíram indivíduos de idade superior a 18 anos com diagnóstico de DPOC, que foram submetidos a intervenção osteopática. A análise dos artigos quanto aos critérios de inclusão e elegibilidade, a extração de dados e a avaliação da qualidade metodológica foi realizada por dois revisores independentes, com intervenção de um terceiro revisor em caso de discordância. A qualidade metodológica foi avaliada recorrendo ao Cochrane Risk of Bias Tool. Resultados: Nesta revisão, dos 213 resultados obtidos, foram incluídos 4 estudos. Estes apresentaram uma baixa qualidade metodológica com alto risco ou incerto de viés. Num primeiro estudo, em comparação com o grupo controlo, o grupo experimental apresentou um aumento mais significativo da capacidade de exercício (p=0,04) e uma diminuição substancialmente maior do volume residual (p=0,001). Num segundo estudo, o grupo experimental apresentou diminuição significativa (p≤0,05) do fluxo expiratório forçado, do volume de reserva expiratório e da resistência das vias aéreas, e um aumento significativo (p≤0,05) no volume residual, capacidade pulmonar total e na razão desses valores, em comparação com o grupo controlo. Num terceiro estudo, o grupo experimental obteve melhorias significativos nos testes “CAT Questionnaire” (p<0,0005) e “6MWT” (p<0,0038) avaliados no mesmo dia da 4ª sessão de TMO, comparativamente com o grupo controlo. Num último estudo, verificou-se uma melhoria significativa da perceção de dispneia com intervenção osteopática (p=0,04). Conclusões: A presente revisão sistemática demonstrou evidência frágil quanto à eficácia do tratamento osteopático na melhoria da função pulmonar, porém com relatos de melhorias ao nível da sintomatologia, bem-estar e qualidade de vida dos indivíduos com DPOC.

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