Revista Brasileira de Anestesiologia (Jun 2010)

Avaliação do impacto da aplicação de manobra de hiperinsuflação pulmonar sobre a resposta inflamatória sistêmica e colapso pulmonar em pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos sob ventilação espontânea Evaluación del impacto de la aplicación de maniobra de hiperinsuflación pulmonar sobre la respuesta inflamatoria sistémica y colapso pulmonar en pacientes sometidos a procedimientos quirúrgicos bajo ventilación espontánea Assessing the impact of lung hyperinflation maneuver on systemic inflammatory response and lung collapse in patients undergoing surgeries under spontaneous ventilation

  • Luiz Marcelo Sá Malbouisson,
  • Elton Lúcio Silva de Souza,
  • Larissa Barbalho,
  • Cristina de Oliveira Massoco,
  • Maria José Carvalho Carmona,
  • José Otávio Costa Auler Jr

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-70942010000300004
Journal volume & issue
Vol. 60, no. 3
pp. 247 – 258

Abstract

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JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O uso de manobras de hiperinsuflação pulmonar (MHP) reverte atelectasias intraoperatórias. Contudo, pode induzir resposta inflamatória sistêmica de origem pulmonar. O objetivo deste estudo foi testar o impacto da aplicação de MHP sobre a resposta inflamatória sistêmica e sobre a estrutura pulmonar em pacientes submetidos à anestesia subaracnoidea. MÉTODO: Após aprovação do Comitê de Ética institucional e obtenção do consentimento escrito pós-informado, 20 pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos de pequeno e médio porte foram alea torizados em dois grupos: 1) Controle (GC) e 2) MHP (GMHP). Uma hora após a instalação do bloqueio espinhal, foi realizada MHP no GMHP aplicando-se pressão positiva nas vias aéreas em dois níveis (BIPAP) com pressão expiratória de 20 cmH2O e pressão inspiratória de 20 cmH2O durante 1 a 2 minutos. TNFα, IL-1, IL-6, IL-8, IL-10 e IL-12 foram medidos no sangue através de técnica de citometria de fluxo nos momentos basal, 90, 180 e 780 minutos. Os volumes e peso pulmonares foram computados a partir de tomografias computadorizadas obtidas imediatamente após a cirurgia. RESULTADOS: A aplicação de MHP resultou em redução da fração de parênquima pulmonar não aerado (7,5 ± 4,3% no Grupo Controle versus 4 ± 2,1% no Grupo MHP, p = 0,02), sem alterações nos volumes pulmonares. Foi observada elevação progressiva nos valores plasmáticos das interleucinas IL-1, IL-6, IL-8 e IL-10, similar nos dois grupos. Os níveis plasmáticos de TNFα e IL-12 foram indetectáveis durante o estudo. CONCLUSÕES: A aplicação de MHP única reduziu a fração de atelectasias, porém não amplificou a resposta inflamatória observada em pacientes com pulmões normais submetidos a cirurgias de pequeno e médio portes sob anestesia subaracnoidea.JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: El uso de maniobras de hiperinsuflación pulmonar (MHP), revierte las atelectasias intraoperatorias, pero puede conllevar a una respuesta inflamatoria sistémica de origen pulmonar. Los objetivos de este estudio fueron comprobar el impacto de la aplicación de MHP sobre la respuesta inflamatoria sistémica y sobre la estructura pulmonar en pacientes sometidos a la anestesia subaracnoidea. MÉTODO: Después de la aprobación del Comité de Ética institucional y de la obtención del consentimiento informado, 20 pacientes sometidos a procedimientos quirúrgicos de pequeño y mediano porte, se separaron aleatoriamente en dos grupos: 1) control (GC) y 2) MHP (GMHP). Una hora después de la instalación del bloqueo espinal, fue realizada MHP en el GMHP aplicando una presión positiva en las vías aéreas en los niveles (BIPAP) con una presión espiratoria de 20 cmH2O y una presión inspiratoria de 20 cmH2O durante 1 a 2 minutos. FNTα, IL-1, IL-6, IL-8, IL-10 y IL-12 se midieron en la sangre a través de la técnica de citometría de flujo en los momentos basal, 90, 180 y 780 minutos. Los volúmenes y el peso pulmonares fueron computados a partir de tomografías computadorizadas obtenidas inmediatamente después de la operación. RESULTADOS: La aplicación de MHP resultó en una reducción de la fracción del parénquima pulmonar no aerado (7,5 ± 4,3% en el Grupo Control vs 4 ± 2,1% en el Grupo MHP, p = 0,02), sin alteraciones en los volúmenes pulmonares. Se observó una elevación progresiva en los valores plasmáticos de las interleucinas IL-1, IL-6, IL-8 y IL-10, similar en los dos grupos. Los niveles plasmáticos de FNTBACKGROUND AND OBJECTIVES: Lung hyperinflation maneuvers (LHM) reverse intraoperative atelectasis; however, they can lead to pulmonary-induced systemic inflammatory response. The objective of this study was to determine the impact of LHM on systemic inflammatory response and lung structure in patients undergoing subarachnoid block. METHODS: After approval by the Ethics Committee of the institution and signing the informed consent, 20 patients undergoing small and medium surgical procedures were randomly separated into two groups: 1) control (CG), and 2) LHM (LHMG). One hour after the spinal anesthesia, LHM was performed in LHMG by applying bilevel positive pressure in the airways (BIPAP) with an expiratory pressure of 20 cmH2O and inspiratory pressure of 20 cmH2O for 1 to 2 minutes. Blood levels of TNFα, IL-1, IL-6, IL-8, IL-10, and IL-12 were determined by flow cytometry at baseline and at 90, 180, and 780 minutes. Lung volumes and weights were determined using CT scans obtained immediately after the surgery. RESULTS: The use of LHM resulted in a reduction in the fraction of non-aerated pulmonary parenchyma (7.5 ± 4.3%, in the Control Group, vs. 4 ± 2.1%, in the LHM Group, p = 0.02) without changing pulmonary volumes. A progressive increase in plasma levels of IL-1, IL-6, IL-8, and IL-10, similar in both groups, was observed. Plasma levels of TNFα and IL-12 were undetectable during the study. CONCLUSIONS: The use of LHM reduced the incidence of atelectasis, but it did not amplify the inflammatory response in patients with normal lungs undergoing small and medium surgeries under subarachnoid block.

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