Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE INTERLEUCINA-2 NA PRODUÇÃO DE PROTEÍNAS CITOLÍTICAS EM LINFÓCITOS CITOTÓXICOS

  • MBC Mascarenhas,
  • LR Soares,
  • ACDM Carneiro,
  • SCSV Tanaka,
  • HM Souza,
  • FB Vito

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S121 – S122

Abstract

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Objetivo: Avaliar a influência da interleucina-2 (IL-2) na produção de proteínas citolíticas nos diferentes subtipos de linfócitos citotóxicos. Buscou-se avaliar células T CD8 high, eficientes em eliminar células infectadas ou tumorais, T CD8 low, com diferentes estados de exaustão, apresentando menor eficiência em sua resposta e células Natural Killers (NK) e células T Natural Killers (NKT). Materiais e métodos: Trata-se de um estudo transversal, de caráter biológico e experimental. Foram analisadas células mononucleares do sangue periférico (PBMC) de oito indivíduos saudáveis com idade entre 22 e 41 anos. As células foram obtidas por separação em gradiente de densidade e tratadas ou não com 300U de IL-2 recombinante e mantidas em cultura por 24 horas em meio RPMI suplementado com 10% de soro fetal bovino em incubadora de CO2 a 37°C. Todos os tratamentos foram realizados em triplicatas. Linfócitos T CD8 foram identificados com anticorpos anti-CD3 e anti-CD8. Dentre estes, separamos subtipos high e low, de acordo com a maior ou menor expressão de CD8. Células NK foram identificadas com anti-CD56 e marcação negativa para anti-CD3, enquanto células NKT foram caracterizadas com marcação CD56+CD3+. A quantificação das proteínas citolíticas foi realizada com a marcação com anticorpos anti-granzima B, anti-perforina clone BD48 (forma inativa da proteína) e anti-perforina clone DG9 (forma ativada). Foram analisadas 30.000 células em citômetro de fluxo FACSCanto II, com análise no software Diva 6.0 (Becton Dickinson). Resultados: Houve um aumento significativo de células NK que expressavam perforina tanto em sua forma ativada quanto inativa, bem como granzima B (p = 0,0xx, p = 0,0aa e p = 0,0bb, respectivamente). Em relação às células T CD8 high e low e células NKT, foi possível observar um aumento significativo de perforina em sua forma inativa (p = 0,0aaa e p = 0,0bb, respectivamente) e somente em linfócitos T CD8 low a produção de granzima B aumentou com o tratamento (p = 0,0aa). Ademais, não foi observada diferença significativa de expressão de perforina em sua forma ativada em linfócitos T CD8 high, T CD8 low e em células NKT. O mesmo ocorreu com a expressão de granzima B em células CD8 high e NKT. Discussão: Já é comprovado que a IL-2 desempenha um papel crítico na ativação, proliferação e função das NK, bem como estimula a produção de proteínas citotóxicas, como perforinas e granzimas, induzindo-as à morte das células alvo. Essa citocina também é crítica na regulação e amplificação da resposta imune mediada por linfócitos T após ativação do receptor de células T (TCR). Contudo, neste estudo, observou-se que não exerce um papel tão importante na expressão de perforina em sua forma ativada em células que apresentam TCR (T CD8 e NKT). Conclusão: A IL-2 estimula consideravelmente a produção de proteínas citolíticas em células NK enquanto aparentemente não influencia a expressão de perforina em sua forma ativada em T CD8 e NKT. No entanto, esta interleucina ainda é capaz de estimular a produção de perforina em sua forma inativa nestas células.