RevSALUS (Jan 2024)

Caracterização do perfil do cuidador informal, da pessoa cuidada e das suas necessidades

  • Raquel Carvalho,
  • Ágata Vieira,
  • Bruna Silva,
  • Gabriela Brochado,
  • Sofia Lopes,
  • Haziel Huylebroeck,
  • Steven Martins,
  • Paula Rocha

DOI
https://doi.org/10.51126/revsalus.v5iSupii.700
Journal volume & issue
Vol. 5, no. Supii

Abstract

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Introdução: O cuidador informal é um dos principais intervenientes na saúde dos utentes que necessitam de assistência. De forma a capacitar e promover competências de cuidados à pessoa pela qual são responsáveis, torna-se importante compreender as suas necessidades. Objetivo: Identificar as principais necessidades dos cuidadores informais e caracterizar o seu perfil, assim como, o da pessoa de quem cuidam. Material e Métodos: Realizou-se um estudo observacional descritivo. A amostra (n=53) foi recrutada pelo método de bola de neve, por meio de divulgação nas redes sociais e pela Associação Portuguesa de Cuidadores Informais, durante 3 semanas. Construiu-se um questionário com recurso ao Carers' Assessment of Management Index, ao Questionário de Avaliação da Sobrecarga do Cuidador Informal e à Escala de sobrecarga dos cuidadores, permitindo a caracterização da amostra e ainda dificuldades físicas, sociais e económicas, associadas aos cuidados prestados, assim como, caracterizar o perfil das pessoas cuidadas. Realizou-se um teste piloto numa amostra de 4 indivíduos. Recorreu-se à estatística descritiva para a análise dos dados. Resultados: A maioria dos cuidadores são mulheres (76%) com mais de 45 anos. Cuidam de familiares ascendentes 5x/semana, passam, em média, 3 horas por dia a exercer a função de cuidadores e habitam próximo do seu familiar. Dos cuidadores, 68% concorda que o trabalho a que estão sujeitos afeta o seu estado de saúde, nomeadamente cansaço físico e mental, 76% reportam ansiedade, 42% dificuldade em dormir e 60% referenciam ter dor. A principal dificuldade mencionada é a execução de transferências em diferentes contextos (28% a 38%). Em relação às pessoas cuidadas, embora a maioria reporte dificuldades físicas (tomar banho (55%), cuidar da sua higiene (51%), alimentar-se (59%) e vestir-se (60%)), as pessoas cuidadas, do presente estudo, possuem independência moderada em termos de mobilidade, conseguindo caminhar com ajuda (59%). Conclusões: Os cuidadores informais são na maioria mulheres com dificuldades físicas (nomeadamente dor) e psicológicas, devido às diferentes necessidades da pessoa cuidada, tais como assistência nas atividades de vida diária básicas. Os dados recolhidos servirão para o desenvolvimento de futuras ações de formação de apoio ao cuidador informal, de forma a aumentar a literacia em saúde nesta população.

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