Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília (Aug 2018)
A análise do conto “a menor mulher do mundo” de Clarice Lispector
Abstract
O objetivo do texto é analisar o conto “A menor mulher do mundo” de Clarice Lispector sob a vertente do Materialismo Histórico e Dialético, em específico, as características do feminino no conto e sua relação com a categoria dialética conteúdo e forma. A Literatura em seu processo histórico-social demonstra por meio de suas personagens as transformações sociais de pensamentos, comportamentos, que refletem os anseios e as necessidades da sociedade em momentos pontuais. Na literatura brasileira esse processo também ocorre e pode servir de alicerce histórico e social ao leitor. No caso das personagens femininas, as transformações podem evidenciar o caráter discriminatório sofrido pela figura da mulher em diferentes âmbitos: social, político, religioso, cultural, psicológico, econômico, histórico. A análise do conto busca evidenciar o papel social da mulher no contexto de produção da narrativa, tendo como parâmetro o método dialético de Marx, cuja transformação da realidade prima pela compreensão da totalidade na qual está inserido o conto e suas inter-relações com a produção da personagem de Clarice Lispector. Para tanto, primeiro, faz-se necessária a compreensão dos conceitos de conteúdo e forma na perspectiva do materialismo histórico e dialético para o real entendimento do conto que se apresenta escrito na língua portuguesa e na inglesa. Em segundo, a apresentação do contexto histórico e social de produção da história. Para em terceiro, analisar o papel feminino no conto da personagem principal, articulando os conceitos de conteúdo e de forma, em comparação com a tradução de trechos da obra em inglês. A análise do conto nessa perspectiva teórica proporciona ao leitor o entendimento dos conceitos de conteúdo e forma, de maneira que se evidencia a importância do contexto histórico e social de produção para a compreensão da essência do conto. Percebe-se pela análise do feminino, que apesar das conquistas sociais atuais da mulher no país, ainda encontramo-nos subjugadas ao papel subalterno e coadjuvante no que concerne à transformação social, e, estando a margem do processo, nos cabe apenas a imagem romântica de símbolo de amor incondicional. Submissão: 2018-06-01 Aceite: 2018-07-30
Keywords