Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

LINFOMA DUODENAL FOLICULAR PRIMÁRIO - RELATO DE CASO

  • DP Abreu,
  • AB Medina,
  • AV Sarubbi,
  • AHA Santos,
  • GP Stadnick,
  • IO Haddad,
  • AC Novelletto

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S1123

Abstract

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Introdução: Ao longo do trato gastrointestinal, o duodeno configura-se como um local infrequente de apresentação de linfomas não-Hodgkin. A apresentação clínica e prevalência diferem com base no subtipo. Dentre os subtipos, o linfoma duodenal folicular é o mais comum (41.1%) e comumente diagnosticado acidentalmente por Endoscopia Digestiva Alta (EDA) (1). Geralmente o linfoma afeta a parte descendente do duodeno, com lenta progressão e poucos sintomas (2). Este artigo apresenta um caso de linfoma duodenal folicular primário em um hospital de Santa Catarina. Relato de caso: Homem de 42 anos realizou EDA em junho de 2019 para elucidação de dispepsia intensa, a qual apresentou irregularidade em mucosa duodenal. Desta forma, foi realizado biópsia (BX) e anatomopatológico, cujo resultado demonstrou infiltrado linfoide atípico na mucosa duodenal. Em seguida, o exame imuno-histoquímico (IHQ) confirma a presença de linfoma duodenal folicular primário grau 1/ 2 e a expressão positiva de Ki67 (10%), CD10, CD20 e BCL-2. Tomografia computadorizada cervical, torácica e abdominal foram realizadas e indicaram ausência de linfonodomegalia. A BX de medula óssea demonstrou ausência de infiltração. Em função da sintomatologia apresentada pelo paciente, optou-se por esquema quimioterápico com Rituximabe 375mg por semana durante 4 semanas e acompanhamento de EDA de 6 em 6 meses. O tratamento mostrou-se eficaz com resolução dos sintomas. A partir disso, a EDA para acompanhamento realizada em abril de 2024 apresentou área de mucosa brancacenta duodenalRealizada biópsia da área afetada e exame confirmou a primeira recidiva do linfoma duodenal folicular primário estadio IA, em abril de 2024. Por fim, optou-se por observação e reavaliação do linfoma em 3 meses. Discussão: De forma geral, o linfoma duodenal folicular é considerado uma neoplasia rara na literatura. 436 casos foram identificados entre 1998 e 2015 em estudo populacional dos Estados Unidos baseado no programa Surveillance, Epidemology, and End Results (SEER) (3). No entanto, a baixa prevalência, baixo n amostral de estudos prévios e mau prognóstico em comparação a outros linfomas gastrointestinais (2-3) demonstram a importância de mais estudos acerca da neoplasia. Conclusão: O linfoma duodenal folicular é um sítio extranodal raro de apresentação. Devido sua evolução lenta pode-se adotar uma conduta expectante. No entanto, deve-se considerar tratamento ativo com base na sintomatologia e extensão da doença.