Encontros Bibli (Jan 2010)
Uma análise sistêmica sociotecnológica da engenharia de requisitos<p>A systemic, sociotechnological analysis of requirements engineering
Abstract
A engenharia de requisitos, etapa inicial da construção de sistemas de informação, requer intenso intercâmbio de informação entre profissionais de tecnologias da informação e comunicação, e peritos no negócio. A teoria e a prática comum da engenharia de requisitos, no entanto, são tecnocêntricas e caracterizadas por dificuldade de comunicação. A literatura recente aborda a concepção de sistemas sociotecnológicos, cujas propriedades emergem por meio da colaboração dinâmica entre pessoas e agentes artificiais. Este artigo apresenta um modelo sistêmico sociotecnológico da engenharia de requisitos com base no modelo CESM de Mario Bunge, segundo o qual todo sistema concreto pode ser representado segundo seus componentes, ambiente, estrutura e mecanismo. Entre os componentes, estão os peritos no negócio, profissionais de TIC, agentes artificiais e os objetos da colaboração dinâmica – modelo de domínio e requisitos. O mecanismo é essencialmente um processo de comunicação, com intercâmbio de informações e compartilhamento de conhecimento. Essa descrição presta-se à compreensão sistêmica da engenharia de requisitos, visando à intervenção para aliviar os problemas comunicacionais do processo e promover a emergência de requisitos que representem as reais necessidades do sistema. Requirements engineering, the initial stage in the building of information systems, requires intense exchange of information among professionals of information and communication technologies and business experts. The current theory and practice of requirements engineering, however, are technocentric and characterized by blocked communication. Recent literature discusses the idea of sociotechnological systems, whose properties emerge through the dynamic collaboration among individuals and artificial agents. This article presents a systemic view of requirements engineering based on Mario Bunge’s CESM model, under which any concrete system can be represented according to its composition, environment, structure, and mechanism. The composition includes people, artificial agents, and the objects of the dynamic collaboration – domain model and requirements. The mechanism is essentially a communication process, with information exchange and knowledge sharing. This description lends itself to the systemic understanding of requirements engineering aimed at the intervention to alleviate communication problems and to promote the emergence of requirements that represent the system’s real necessities.