Logos & Culturas (Dec 2022)
A relação entre tecnologia e tédio: um exame desde Martin Heidegger
Abstract
Nosso objetivo no presente estudo é investigar como, na linha filosófica da Fenomenologia, Heidegger versou sobre uma analítica da existência, entendendo o sentido do ser a partir da relação com o mundo, onde o ser está lançado e é afetado. Partindo disso, escreveu sobre as tonalidades afetivas, sendo elas ligadas à existência e ao cotidiano, como, respectivamente, angústia e tédio. Em meio à cotidianidade o Dasein já sempre se encontra imerso em significados do mundo que o limitam enquanto ente, como um objeto. E sua existência, quando reduzida a uma coisa, um objeto, traz a tonalidade afetiva do tédio, em que o ser-aí acaba experimentando seu tempo de maneira alongada, como uma cansativa experiência de si mesmo, ao ponto de ser insuportável lidar com seu ser. Desta forma, necessita do consolo que o mundo provoca, em vista dos sentidos e significados prontos, sem que seja preciso pensar sobre o existir, seu caráter de não-ser, sua finitude iminente etc. Consiste, portanto, na experiência de ser coisa entre coisas através daquilo que o mundo fornece pronto.