Revista Educação Especial (Aug 2018)

Quando a inclusão não se efetiva: a evasão de alunos surdos ou com deficiência auditiva no ensino superior

  • Denise Macedo Ziliotto,
  • Denise Jordão Souza,
  • Fadua Ionara Andrade

DOI
https://doi.org/10.5902/1984686X28482
Journal volume & issue
Vol. 31, no. 62

Abstract

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O final do século XX evidenciou incremento importante das instituições de ensino superior no Brasil e, por conseguinte, do número de cursos e vagas disponíveis. Esta política engendrou um crescimento importante nas matrículas e a inserção de grupos sociais que não conseguiam vislumbrar sua presença na universidade. Neste contexto evidenciou-se o ingresso de alunos com deficiência, decorrência também das políticas de inclusão na educação básica e das ações afirmativas de acessibilidade ao ensino superior. Contudo, a evasão que se evidencia de forma crescente nas instituições brasileiras, ocorre também neste grupo de alunos, cuja permanência é relevante em função das condições sociais e profissionais que a educação poderia possibilitar. Diante deste contexto, a investigação analisou a evasão de alunos surdos em instituição de ensino superior (IES) privada, a partir de pesquisa documental, onde dados acadêmicosdo período de 2000 a 2013 foramanalisados por meio de estatística descritiva. Os resultados indicam que 61 % dos alunos são oriundos de escolas de educação especial, e a modalidade de ingresso com maior prevalência é o vestibular (87,88%), sendo os cursos de licenciatura a escolha de 51,52% de alunos que estiveram matriculados no período pesquisado. Os dados referentes às movimentações acadêmicas indicam que 66,67% dos alunos surdos vivenciaram mudanças em relação à organização inicial do semestre em que estavam matriculados. A evasão dos alunos surdos ocorreu exclusivamente nos dois primeiros semestres do curso, o que pode indicar que as dificuldades de permanência estejam presentes desde o início do percurso acadêmico.

Keywords