Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (Dec 2012)

Distúrbio de voz em professores: autorreferência, avaliação perceptiva da voz e das pregas vocais Voice disorders in teachers: self-report, auditory-perceptive assessment of voice and vocal fold assessment

  • Maria Fabiana Bonfim de Lima-Silva,
  • Léslie Piccolotto Ferreira,
  • Iára Bittante de Oliveira,
  • Marta Assumpção de Andrada e Silva,
  • Ana Carolina Assis Moura Ghirardi

DOI
https://doi.org/10.1590/S1516-80342012000400005
Journal volume & issue
Vol. 17, no. 4
pp. 391 – 397

Abstract

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OBJETIVO: Analisar a presença do distúrbio de voz em professores na concordância entre autorreferência, avaliação perceptiva da voz e das pregas vocais. MÉTODOS: Deste estudo transversal, participaram 60 professores de duas escolas públicas de ensino fundamental e médio. Após responderem questionário de autopercepção (Condição de Produção Vocal do Professor - CPV-P) para caracterização da amostra e levantamento de dados sobre autorreferência ao distúrbio de voz, foram submetidos à coleta de amostra de fala e exame nasofibrolaringoscópico. Para classificar as vozes, três juízes fonoaudiólogos utilizaram à escala GRBASI e, para pregas vocais (PPVV), um otorrinolaringologista descreveu as alterações encontradas. Os dados foram analisados descritivamente, e a seguir submetidos a testes de associação. RESULTADOS: No questionário, 63,3% dos participantes referiram ter ou ter tido distúrbio de voz. Do total, 43,3% foram diagnosticados com alteração em voz e 46,7%, em prega vocal. Não houve associação entre autorreferência e avaliação da voz, nem entre autorreferência e avaliação de PPVV, com registro de concordância baixa entre as três avaliações. Porém, houve associação entre a avaliação da voz e de PPVV, com concordância intermediária entre elas. CONCLUSÃO: Há maior autorreferência a distúrbio de voz do que o constatado pela avaliação perceptiva da voz e das pregas vocais. A concordância intermediária entre as duas avaliações prediz a necessidade da realização de pelo menos uma delas por ocasião da triagem em professores.PURPOSE: To analyze the presence of voice disorders in teachers in agreement between self-report, auditory-perceptive assessment of voice quality and vocal fold assessment. METHODS: The subjects of this cross-sectional study were 60 public elementary, middle and high-school teachers. After answering a self-awareness questionnaire (Voice Production Conditions of Teachers - CPV-P) used to characterize the sample and collect self-report data regarding voice disorders, the teachers were submitted to speech sample collection procedures and laryngoscopic examination. In order to classify the voices, three speech-language pathologist judges used the GRBASI scale, and an otorhynolaryngologist described the alterations seen in the vocal folds. Data were descriptively analyzed and then submitted to association tests. RESULTS: In the questionnaire, 63.3% of the subjects reported having or having had a voice disorder, while 43.3% were diagnosed with a vocal quality deviation and 46.7% with vocal fold alteration. There was no association between self-report and voice quality assessment, or between self-report and vocal fold evaluation, with low levels of agreement between the three assessments. However, there was association between voice quality and vocal fold assessment, with intermediate level of agreement between them. CONCLUSION: There were more self-reported voice disorders than what was found in the auditory-perceptive and vocal fold assessments. The intermediate agreement between the two assessments predicts the need for the use of at least one of these techniques when performing screening procedures in teachers.

Keywords