Revista Espaço Acadêmico (Feb 2014)
Anotações para a problematização de práticas socioeducativas
Abstract
Em meados do século XVIII, assistiu-se à emergência do trabalho social, uma série de profissões que tinha nas classes menos favorecidas seu público alvo. Atravessado por saberes psiquiátricos e psicopedagógicos, esse campo de práticas produziu normatividades em relação à infância “perigosa”, “desviante”. No Brasil, no início do século XX, testemunhou-se o advento de políticas públicas direcionadas a crianças e adolescentes concebidos como “menores abandonados” e “delinquentes”. A promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990, inaugurou a Doutrina da Proteção Integral, e crianças e adolescentes passam a ser concebidos como “em situação de risco e vulnerabilidade social”. O presente artigo tem por finalidade problematizar os conceitos de “infância perigosa” e criança e adolescente “em situação de vulnerabilidade social” buscando desnaturalizar práticas relativas ao educador social, um dos profissionais executores das políticas públicas da assistência social.