Convergência Lusíada (Jul 2017)
Diálogos – em defesa e louvor da Língua Portuguesa, Sheila Moura Hue
Abstract
O Diálogo em louvor da nossa linguagem, de João de Barros, de 1540, e o Diálogo em defensão da língua portuguesa, de Pero de Magalhães de Gândavo, de 1574, são duas obras renascentistas, que trazem o testemunho vivo do debate em torno do português como língua de cultura. Enquanto João de Barros era um humanista renomado, o cronista oficial da corte, que recorria a uma linguagem cheia de “epítetos preciosos” e “artifícios de palavras”, Gândavo dirigia-se a um leitor popular e pouco letrado, num estilo “fácil e chão”. Apesar das diferenças existentes entre estes dois guardiões da língua portuguesa, ambos analisavam e refletiam sobre tal idioma, dando ênfase à relação entre a expansão territorial de Portugal e a língua que era falada por aquele povo. Esses dois humanistas concentraram seus estudos no eixo onde se entrecruzam a Língua e o Império, haja vista que Portugal foi o único país a produzir uma epopeia nacionalista e imperial: Os Lusíadas.