Revista Brasileira de Terapia Intensiva (Mar 2015)

Choque séptico: importante causa de morte hospitalar após alta da unidade de terapia intensiva

  • Matheus Gomes Giacomini,
  • Márcia Valéria Caldeira Angelucci Lopes,
  • Joelma Villafanha Gandolfi,
  • Suzana Margareth Ajeje Lobo

DOI
https://doi.org/10.5935/0103-507X.20150009
Journal volume & issue
Vol. 27, no. 1
pp. 51 – 56

Abstract

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Objetivo: Avaliar as causas e os fatores associados a mortes de pacientes na enfermaria que receberam alta de unidades de terapia intensiva. Métodos: Estudo piloto, retrospectivo, observacional, de coorte. Foram avaliados os registros de todos os pacientes admitidos no período de 1º de fevereiro de 2013 a 30 de abril de 2013 em duas unidades de um hospital universitário público/privado. Dados demográficos, clínicos, escores de risco e desfechos foram retirados do Sistema de Monitorização Epimed e confirmados no sistema de registro eletrônico do hospital. Foram calculados o risco relativo e seus respectivos intervalos de confiança. Resultados: Um total de 581 pacientes foi avaliado. A taxa de mortalidade na unidade de terapia intensiva foi 20,8% e, no hospital, de 24,9%. A principal causa de óbito foi choque séptico em 58,3% dos que faleceram após a alta da unidade de terapia intensiva. Dos pacientes do sistema público de saúde, 73 (77,6%) morreram na unidade de terapia intensiva e 21 (22,4%) morreram no hospital, após a alta da unidade. Dos pacientes do Sistema Suplementar de Saúde, 48 (94,1%) morreram na unidade de terapia intensiva e 3 (5,9%) morreram no hospital, após a alta da unidade (risco relativo de 3,87; intervalo de confiança de 95% de 1,21 - 12,36; p < 0,05). A taxa de mortalidade pós-alta foi significativamente maior em pacientes com tempo de internação em unidade de terapia intensiva superior a 6 dias. Conclusão: A principal causa de morte de pacientes que receberam alta da unidade de terapia intensiva e morreram na enfermaria antes da alta hospitalar foi o choque séptico. A cobertura pelo sistema público de saúde e o maior tempo de internação na unidade de terapia intensiva foram fatores associados à morte, após a alta da unidade de terapia intensiva.

Keywords