Bionorte (Aug 2024)
Implicações de uma maternidade atípica: estado psicossocial das mães de crianças autistas
Abstract
Objetivo: avaliar o estado psicossocial das mães de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Materiais e Métodos: estudo quantitativo de amostra não probabilística com aplicação de questionários validados em literatura, que avaliaram aspectos do cotidiano e vida das mães de filhos com diagnóstico de TEA acompanhados pela Associação Norte Mineira de Apoio ao Autista (ANDA) da cidade de Montes Claros (MG). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o número de parecer 5.676.08. Resultados: foram obtidas 34 respostas de mulheres entre 24 e 54 anos. Dentre os fatores analisados foi constatada baixa renda entre todas as participantes; incapacidades adaptativas dos filhos como fator de preocupação para 100% delas; uma minoria (5,9%) com autoestima preservada; insatisfação com o apoio de amigos para 32,3%; além da grande sobrecarga emocional (70,5%) e física (73,6%), tem-se ainda as 82,4% que afirmaram ter abdicado de realizações pessoais para cuidar da criança. Todos os dados contrastam com as 67,6% que não se sentem incomodadas com o autismo do filho. Conclusão: a condição do TEA do filho não foi um fator estressor para as mães entrevistadas, mas sim as consequências dos encargos e preocupações de lidar com os estímulos, cuidados e gastos com a criança. Uma das responsabilidades dos profissionais de saúde é reconhecer e abordar as fragilidades emocionais dessas mães de modo a melhor auxiliá-las.