Campos (Dec 2021)

Quem é negra, quem é branca, quem fala, quem pode falar: etnografia de mulheres negras em uma turma de formação de docentes

  • Aline Adriana de Oliveira,
  • Carolina dos Anjos de Borba

DOI
https://doi.org/10.5380/cra.v22i2.74150
Journal volume & issue
Vol. 22, no. 2
pp. 132 – 152

Abstract

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Este artigo propõe uma reflexão acerca de etnografia realizada entre 2018 e 2019 em uma turma de formação de docentes de uma escola pública de Curitiba (PR). A pesquisa teve como objetivo compreender como jovens autodeclaradas negras, futuras professoras, articulavam suas identidades naquele espaço escolar. Entendemos identidades enquanto construções sociais, realizadas mediante a diferença e envolvendo disputas de legitimidade. A perspectiva que orienta a etnografia é a decolonialidade do poder-saber. No texto, é discutida a realização do trabalho etnográfico na escola, pensando os elementos que foram decisivos na aproximação com as interlocutoras. Também são debatidas as potencialidades e especificidades da etnografia na educação. Como resultado, foi possível depreender as estratégias de legitimação da identidade racial na escola; as disputas pigmentocráticas; a percepção de desconfiança e aceitação da presença da pesquisadora em campo e as reações dela provenientes, bem como a centralidade da identidade de raça/cor nesse processo.

Keywords