Varia História (Nov 2021)

O Estudo científico do mar entre ciência e política Estado, laboratórios e cientistas (1910-1926)

  • Ângela SALGUEIRO

DOI
https://doi.org/10.1590/0104-87752021000300003
Journal volume & issue
Vol. 37, no. 75
pp. 663 – 686

Abstract

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Resumo Estudar o processo de institucionalização da biologia marinha em Portugal é fundamental para a compreensão do estudo científico do mar, espaço que permanecia bastante desconhecido no início do século XX. Partindo da análise das primeiras estações experimentais, a Estação da Foz e a Estação de Biologia Marítima, cuja atividade tem lugar no Atlântico europeu, pretende-se compreender o papel desempenhado pelos diferentes atores em presença; a sua influência na definição, ou não, de políticas públicas para o oceano; e identificar casos de interseção entre ciência, política e economia. Apesar de se verificarem iniciativas anteriores ao período republicano (1910-1926), seria nesse contexto que se criariam as condições indispensáveis à afirmação disciplinar da biologia marinha e à formação de especialistas, pelo apoio governamental ao setor e pela valorização pública das instituições científicas. Partindo de uma análise extensiva das fontes impressas disponíveis em arquivos e bibliotecas públicas, sob a perspetiva da história da ciência, tornou-se evidente a vantagem do modelo estatal no desenvolvimento de estabelecimentos dedicados à investigação em biologia marinha, o que possibilitaria um diálogo frutífero entre ciência, as necessidades estratégicas estatais e a definição de políticas públicas de governança do oceano, no âmbito do ICES.

Keywords