Journal of Cardiac Arrhythmias (Oct 2000)
Tratamento de Arritmias Ventriculares em Pacientes com Insuficiência Cardíaca
Abstract
A morte súbita é responsável por 20 a 80% da mortalidade em pacientes com insuficiência cardíaca. A estratificaçao do risco arrítmico desses pacientes, principalmente naqueles com miocardiopatia dilatada, é muito falha. Do ponto de vista terapêutico, uma série de medidas farmacológicas e nao farmacológicas têm sido aplicadas, buscando a diminuiçao da mortalidade. Drogas antiarrítmicas do tipo I apresentam alto potencial de pró-arritmia em pacientes com disfunçao ventricular, aumentando a mortalidade, e nao devem ser usadas. O efeito real do uso empírico da amiodarona para o tratamento da insuficiência cardíaca ainda nao está bem definido. Várias drogas nao anti-arrítmicas mostraram diminuir a mortalidade nesses casos: inibidores da enzima de conversao, beta-bloqueadores, espironolactona. Entre as medidas nao farmacológicas que vêm sendo discutidas na prevençao de morte súbita, os cardioversores-desfibriladores implantáveis tem dado as maiores demonstraçoes de sucesso. Uma série de ensaios clínicos foram apresentados mostrando a diminuiçao das mortalidades súbita e total na prevençao primária e secundária de pacientes de alto risco. Outro método terapêutico que eventualmente pode ser usado é a ablaçao por radiofreqüência. Em suma, pacientes com insuficiência cardíaca sao de alto risco, a estratificaçao de risco é falha, mas várias modalidades terapêuticas, farmacológicas e nao farmacológicas, têm contribuído para a melhora nos resultados do tratamento das arritmias ventriculares e para a reduçao da mortalidade destes pacientes.