Revista CEFAC (Jan 2013)
Caracterização das estratégias de reparo incomuns utilizadas por um grupo de crianças com desvio fonológico Characterization of uncommon repair strategies used by a group of children with phonological disorders
Abstract
OBJETIVO: caracterizar e analisar o uso das estratégias de reparo incomuns por crianças com desvio fonológico e relacionar a sua utilização com as variáveis faixa etária e sexo; e com as variáveis linguísticas grau do desvio, estrutura silábica, classe de sons e posição na palavra. MÉTODO: os dados são provenientes do banco de dados do Centro de Estudos de Linguagem e Fala da Universidade Federal de Santa Maria, todos os sujeitos apresentam Termo de Consentimento Livre e Esclarecido autorizando o uso dos dados em pesquisas. Foram selecionados os dados de 178 sujeitos que apresentaram diagnóstico de desvio fonológico e idade entre 4:0-7:11. Foram analisados os resultados da primeira avaliação fonológica da criança. RESULTADOS: houve significância estatística na relação entre a utilização ou não de estratégias de reparo incomuns na amostra estudada, predominando a não utilização. Foi significante a relação entre a utilização de tais estratégias e a faixa etária, com predomínio na faixa de 5:0-5:11, e o grau do desvio, com maior ocorrência no desvio moderadamente-grave. A relação entre as classes de sons também foi significante, predominando a classe das fricativas. Observou-se ocorrência de estratégias de reparo incomuns apenas na posição de onset, sendo a estrutura consoante vogal a única encontrada no estudo. CONCLUSÃO: verificou-se que as estratégias de reparo incomuns são pouco utilizadas por crianças com desvio fonológico. Além disso, encontrou-se relação significante entre a utilização de estratégias de reparo incomuns e as variáveis faixa etária, grau do desvio fonológico e classes de sons.PURPOSE: to verify and identify the use of uncommon repair strategies in children with phonological disorders, relating the use of those to age and gender variables to linguistic variables such as degree of deviation, syllable structure, classification of the sounds and the position of the word. METHOD: the data are taken from a database of the Department of Language and Speech studies of the Federal University of Santa Maria. We selected the data according to these criteria: diagnosis of phonological disorder, ages from 4:0 to 7:11, and the ones who were allowed to participate by signing the consent form. The results obtained at the first phonological assessment of the child were analyzed. RESULTS: there were significant differences in the use of the uncommon repair strategies in our sample, as well as the relationship between the use of those strategies and age, mainly between the ages from 5:0 to 5:11, and the degree of deviation with more occurrences in the moderate-severe disorder. It was also obtained a significant relation between the classes of sounds, with predominant use of the fricatives. An occurrence of the unusual repair strategies in onset position was observed, being the consonant-vowel the only structure found. CONCLUSION: it was found that the unusual repair strategies are not widely used by children with phonological disorders. In addition, it was found a significant relationship between the use of repair strategies and unusual variables, such as age, grade of phonological disorders and classes of sounds.