OuvirOUver (Oct 2016)
Chaconne BWV 1004 de J.S. Bach na transcrição de Andrés Segovia e sua ênfase acordal para uma proposta sonora robusta: análise comparativa da primeira seção
Abstract
Este artigo propõe uma análise comparativa da transcrição de Andrés Segovia da Chaconne BWV 1004, circunscrita aos sessenta primeiros compassos. Nosso intuito é demonstrar como Segovia explora as possibilidades acordais do violão de modo a prover uma versão de sonoridade robusta, com ênfase em blocos harmônicos. Tal versão, porém, é erroneamente apontada como tão somente provedora de uma sonoridade romântica para a obra, impressão esta que se completa quando nos deparamos com a gravação da mesma pelo violonista. Através das análises, conjecturamos como esta versão se insere em seu contexto histórico, buscando comprovar a capacidade do violão em um discurso musical de fôlego maior. Para entendermos as adições de notas de Segovia, confrontaremos sua versão com a que lhe serviu de base, de Feruccio Busoni (1924), e também com a versão recente de Gustavo Costa (2012), que apresenta uma proposta de pensamento contrapontístico, a exemplo de como procedem os transcritores no século XXI.
Keywords