Revista de Educação Física (Jul 2018)
ATIVIDADE FÍSICA E CONDICIONAMENTO COMO FATOR DE CARDIOPROTEÇÃO
Abstract
O envelhecimento progressivo da população e a mudança no perfil de morbi-mortalidade (Brasil, 1998; Brasil, 2003) trouxe consigo uma mudança nas características do adoecimento e morte em suas populações. Surgiu, com destaque, um crescimento epidêmico das doenças cardiovasculares (DCV), principalmente a partir do século XIX. A doença coronariana é a mais comum das doenças cardiovasculares e os fatores de risco para seu aparecimento são numerosos, podendo-se citar os inalteráveis, como hereditariedade, sexo ou idade, e os que são suscetíveis aos tratamentos clínicos ou intervenções no estilo de vida, como hipertensão arterial, tabagismo, hipercolesterolemia e os níveis das frações de colesterol, inatividade física, obesidade e diabetes (Wilmore & Costill, 1994; WHO 2002a; Twisk et al., 2001). Todavia, Laukkanen (2001) afirmou que homens sem condicionamento físico apresentam risco de 3,85 e 3,97 para mortalidade geral e por doenças cardiovasculares, índice dos mais fortes entre os demais fatores estudados, como hipertensão, diabetes e razão cintura-quadril. O presente trabalho teve como objetivo realizar uma revisão da literatura referente à proteção gerada pela atividade e pelo condicionamento físico em relação às doenças coronarianas, visando a conscientização da população e das autoridades para a importância da aquisição e da manutenção de um estilo de vida ativo e saudável. Para tal, foi realizada uma revisão de literatura em 50 obras publicadas nestas últimas duas décadas, que deixou claro o efeito cardioprotetor da atividade física, embora a intensidade e o volume do treinamento, que parecem estar relacionados a este efeito, não tivessem se apresentado de maneira conclusiva em relação à definição dos limites que devam ser adotados, o que deixa um campo aberto para pesquisas futuras.