Forma Breve (Apr 2019)

Mitos nas obras de Matthew Barney

  • Silvia Neri

DOI
https://doi.org/10.34624/fb.v0i15.2065
Journal volume & issue
no. 15

Abstract

Read online

Mathew Barney (San Francisco, 1967) é um talentoso, multidisciplinar, artista americano que é conhecido principalmente pelas suas obras cinematográficas. Os seus cenários muito complexos reinterpretam e reinventam mitos conhecidos com uma estética barroca. Nesta análise, vou mostrar como a mitologia inspira o artista e como ele usa os mitos como metáforas para o nosso tempo. Um mito foi definido por Roland Barthes como um sistema ideológico puro, em que a forma é menos importante do que o conceito e de modo algum abrange sua totalidade. O mito é de facto um discurso, preservado por gerações, que se destaca pela sua elaboração poética ou representação ritual. Os mitos são compostos de situações, seres e eventos que escapam das realidades comuns da vida quotidiana. A motivação que empurra o artista para buscar referências mitológicas está ligada ao repertório muito grande de imagens e símbolos carregados por essas histórias. Durante a Antiguidade, a mitologia foi um género chave na literatura, oferecendo aos seus leitores um grande número de situações. O seu significado torna-se uma parte importante da consciência universal do mundo. Os mitos contemporâneos projetados por Mathew Barney começam em 1993, e nos anos seguintes tornam-se cada vez mais reais. Barney prevê essa mudança introduzindo a ideia de mito nas realidades atuais. Os temas recorrentes aparecem no repertório de Mathew Barney: a relação entre a vida e a morte, o corpo como fim da batalha, a questão de hybris e as emoções violentas inspiradas pela paixão e pelo orgulho. Eu analisarei essas três noções, em diferentes trabalhos de Mathew Barney.

Keywords