Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2024)

Análise farmacoterapêutica na profilaxia do tromboembolismo venoso em pacientes clínicos em um hospital público de referência em cardiologia, na cidade de Salvador- Bahia.

  • S. R. Novais,
  • V. F. Ribeiro,
  • J. F. O. Costa

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2017.v2.s1.p.13
Journal volume & issue
Vol. 2, no. s.1

Abstract

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Introdução: O tromboembolismo venoso (TEV) é uma entidade clínica potencialmente grave, que tem um grande impacto na morbimortalidade da população geral, sendo este a causa de morte evitável mais comum no paciente hospitalizado. A instituição de profilaxia para TEV na presença de situações de risco conhecidas constitui-se em medida de custo efetivo e é amplamente recomendada por comitês normativos internacionais, tendo como base grandes ensaios clínicos, duplo-cegos e controlados por placebo. Este trabalho teve como objetivo analisar o manejo farmacotarapêutico para profilaxia do tromboembolismo venoso, nos pacientes clínicos de um hospital público referência em Cardiologia, em Salvador. Material e Método: Foram avaliados 94 prontuários de pacientes admitidos no período de 1 – 15/06/2017 com intuito de avaliar a quimioprofilaxia para TEV. Como método de avaliação do risco, empregou-se o escore de Pádua e foram incluídos no estudo apenas pacientes adultos, admitidos para tratamento clínico. Resultados: Dos 94 pacientes avaliados, 16 foram excluídos por apresentarem contraindicação para utilização de profilaxia. Sendo assim, dos 78 pacientes elegíveis, 54% eram do sexo masculino e 46% do sexo feminino, com prevalência de pacientes idosos. A maioria dos pacientes estava internada em enfermaria, tendo como diagnóstico principal Infarto Agudo do Miocárdio. Em relação ao escore de Pádua, 83% dos pacientes foram considerados de baixo risco (<4 pontos), sendo os principais critérios: insuficiência cardíaca, idade acima de 70 anos e infarto agudo do miocárdio. Além disso, 79% dos pacientes utilizavam a enoxaparina como medicamento de escolha. Desse total, 35% foram classificados como de alto risco (≥4pontos) e estavam sem profilaxia e 14% classificados como de baixo risco estavam em uso de profilaxia. Discussão: Os resultados sugerem a necessidade de uma avaliação mais criteriosa no manejo da profilaxia de tromboembolismo, uma vez que 12 pacientes apresentavam alto risco de TEV e estavam sem profilaxia, enquanto que 11 pacientes estavam fazendo uso irracional do medicamento. Portanto, o uso irracional de anticoagulantes durante profilaxia de TEV pode elevar os custos do tratamento, bem como submeter o paciente a reações adversas, principalmente o risco aumentado de sangramento. Em contrapartida, a ausência pode acarretar em eventos tromboembólicos, muitas vezes fatais. Conclusão: É fundamental a existência de protocolos de uso de anticoagulantes, orientando o correto manejo de pacientes e garantindo o uso racional de medicamentos.