Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)

ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA FEBRE MACULOSA NO BRASIL NO SETÊNIO DE 2013 E 2020

  • Verônica Silva Furlani,
  • Isabella Pasqualotto,
  • Júlia Duarte Diegues,
  • Amanda Maria e Silva Coelho,
  • João Pedro Rosa Barroncas,
  • Débora Alves Pereira,
  • Thayane Moraes Lazaroni Dalpério,
  • Ana Beathriz Barros de Azevedo Araújo,
  • Martina Olivieri Pace Pereira,
  • Lucas de Oliveira Barbosa,
  • Luiza Barreto de Carvalho

Journal volume & issue
Vol. 27
p. 103502

Abstract

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Introdução/objetivo: A Febre Maculosa é uma doença febril súbita e de rápida progressão, cuja similaridade com outras patologias dificulta o diagnóstico precoce e favorece a alta taxa de mortalidade. É causada pela picada de carrapatos infectados pela bactéria Rickettsia sp., de forma que o ciclo evolutivo de junho a setembro afeta a incidência da patologia. No Brasil, entre 2013 e 2020 a letalidade foi cerca de 34,71%, demonstrando ser uma infecção de atenção pública. Logo, propõe-se analisar o perfil epidemiológico da Febre Maculosa no Brasil durante o período de 2013 a 2020. Métodos: Estudo epidemiológico descritivo observacional sobre Febre Maculosa no Brasil de acordo com o ano de ocorrência, estado de infecção, região de notificação, faixa etária, sexo, evolução do caso e autóctone no período de 2013 a 2020, com coleta de dados pelo DATASUS com tabulação a partir do programa TABNET fornecidos pelo SINAN. As variáveis foram analisadas por meio da estatística descritiva. Resultados: O total de casos confirmados de Febre Maculosa foi de 1.544, sendo 88,34% (n = 1.364) diagnosticados por critérios laboratoriais. Houve sazonalidade pelos meses de Outubro (14,37%, n = 222), Setembro (13,14%, n = 203) e Agosto (11,13%, n = 172) com pico anual em 2019 (15,99%, n = 247). As notificações dos casos foram mais prevalentes na região Sudeste (71,50%, n = 1.104) e 37,24% (n = 575) das infecções ocorreram no município de São Paulo. Foi observado que 84,77% dos casos eram autóctones (n = 1.309) e 35,81% foram infectados em ambiente domiciliar (n = 533). Os pacientes eram 71,11% (n = 1.098) do sexo masculino e 35,42% (n = 547) tinham entre 40 a 59 anos. No decorrer da infecção, 34,71% (n = 536) evoluíram para óbito pelo agravo enquanto 58,54% (n = 904) progrediram para cura. Conclusão: A doença possui predomínio pela região do Sudeste e também autóctone pela mesma, isso indica que ações para melhorar a eficácia diagnóstica devem ser intensificadas nesta região com a finalidade de ser instaurado o tratamento precocemente. Ademais, o período de maior incidência, outubro, setembro e agosto, corresponde ao ciclo reprodutivo dos carrapatos, sendo característico de um mantenedor da sazonalidade. Por fim, a alta taxa de mortalidade corrobora com a literatura das Américas, 25% a 35%, diretamente proporcional ao tempo de início do tratamento. Logo, o ainda elevado índice de óbitos no país mostra que a Febre Maculosa ainda é uma doença que necessita de maior atenção pública de saúde.

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