Contradição (Dec 2022)
BRANQUITUDE COMO TECNOLOGIA DA SAÚDE HEGEMÔNICA
Abstract
Um ensaio, um giro do gesto de cuidar, um devir antirracista da saúde. Retratamos aqui uma busca por compreender e produzir formas de cuidado e de saúde, que seguem em disputa de forma global, desde o início da modernidade. Partimos da lógica biomédica instrumental perspectiva ao debate sobre as formas de atualização da colonialidade no processo de cuidado, imbricandando-se nas estruturas de exploração-dominação-opressão, em especial a raça, como problema central da humanidade e invenção da modernidade, desdobrada nas expressões da desigualdade e do racismo. Considerando a complexidade dessas questões, este trabalho não tem intuito de reproduzir a lógica hegemônica, mas de produzir novas perguntas e incômodos. Assim com características ensaístas, ele está atravessado pelo pensamento decolonial, os fundamentos filosóficos e epistemológicos da fenomenologia numa perspectiva crítica, e as discussões sobre racismo e branquitude, refletindo sobre a normatização da branquitude como fenômeno que sustenta as tecnologias de produção de saúde hegemônicas.
Keywords