Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (Dec 2012)
Hepatectomia videolaparoscópica: experiência pessoal com 107 casos Laparoscopic liver resection: personal experience with 107 cases
Abstract
OBJETIVO: analisar nossa experiência após 107 hepatectomias videolaparoscópicas e discutir a evolução técnica da hepatectomia laparoscópica nos últimos cinco anos. MÉTODOS: entre abril de 2007 e abril de 2012 foram realizadas 107 hepatectomias laparoscópicas em 105 pacientes. A média de idade foi 53,9 anos (17 a 85). Cinquenta e três pacientes eram do sexo masculino. Todas as intervenções foram realizadas pelos autores do trabalho. RESULTADOS: do total de 107 operações, houve necessidade de conversão para a técnica aberta em três casos (2,8%). Dezesseis pacientes (14,9%) apresentaram complicações. Dois pacientes foram a óbito, mortalidade de 1,87%. Um óbito foi decorrente de infarto maciço do miocárdio, sem relação com a hepatectomia laparoscópica, que transcorreu sem intercorrências e não apresentou conversão nem sangramento. O outro óbito foi decorrente de falha do grampeador. Vinte pacientes (18,7%) necessitaram de transfusão sanguínea. O tipo de hepatectomia mais frequente foi a bissegmentectomia, segmentos 2-3, (33 casos), seguida de hepatectomia direita (22 casos). Setenta e duas cirurgias (67,3%) foram realizadas por meio da técnica de acesso Glissoniano. CONCLUSÃO: a divulgação dos resultados é de extrema importância. As dificuldades técnicas, complicações e mesmo mortalidade, inerentes a este complexo tipo de cirurgia, necessitam ser divulgados com clareza. Este procedimento deve ser realizado em centro especializado e por equipe capacitada. A técnica de acesso Glissoniano por via laparoscópica, descrita pela nossa equipe, facilita a realização de hepatectomias anatômicas.OBJECTIVE: To analyze our experience after 107 laparoscopic hepatectomies and discuss the technical evolution of laparoscopic hepatectomy in the last five years. METHODS: Between April 2007 and April 2012 we performed 107 laparoscopic hepatectomies in 105 patients. The mean age was 53.9 years (17 to 85). Fifty-three patients were male. All interventions were performed by the authors. RESULTS: from the total of 107 operations, there was need for conversion to open technique in three cases (2.8%). Sixteen patients (14.9%) had complications. Two patients died, a mortality of 1.87%. One death was due to massive myocardial infarction, unrelated to the procedure, which was uneventful and showed no conversion or bleeding. The other death was due to failure of the stapler. Twenty patients (18.7%) required blood transfusion. The most frequent type of hepatectomy was bisegmentectomy of segments 2-3, (33 cases), followed by right hepatectomy (22 cases). Seventy-two procedures (67.3%) were performed by the technique of Glissonian access. CONCLUSION: The dissemination of results is of utmost importance. The technical difficulties, complications and even death, inherent in this complex type of surgery, need to be clearly disclosed. This procedure should be performed in a specialized center with knowledgeable staff. The technique of laparoscopic Glissonian access, described by our staff, facilitates the realization of anatomical hepatectomies.