Acta Médica Portuguesa (Jan 2016)

Procriação Assistida em Mulheres Transplantadas: Experiência de uma Unidade de Medicina da Reprodução e Revisão da Literatura

  • Emídio Vale-Fernandes,
  • Ana Margarida Póvoa,
  • Sandra Soares,
  • Lucinda Calejo,
  • Pedro Xavier,
  • Sónia Sousa,
  • Jorge Beires,
  • Nuno Montenegro

DOI
https://doi.org/10.20344/amp.6349
Journal volume & issue
Vol. 29, no. 1

Abstract

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Doenças em estádio terminal cursam tipicamente com distúrbios do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, com consequente anovulação e infertilidade. A transplantação de órgãos sólidos aumentou a sobrevida e melhorou a capacidade reprodutiva das mulheres com este tipo de patologia. Embora a adopção seja uma possibilidade, a mulher transplantada infértil tem direito à sua autodeterminação reprodutiva com recurso a técnicas de procriação medicamente assistida. As gravidezes em mulheres transplantadas são de alto risco, mas não parece existir evidência de diferenças no desfecho obstétrico e neonatal nas grávidas transplantadas sujeitas a procriação assistida, comparativamente a gravidezes espontâneas. A utilização de técnicas de procriação assistida em mulheres transplantadas constitui um desafio médico, ético e psicossocial, cuja abordagem deve ser multidisciplinar, para assegurar o sucesso reprodutivo sem comprometer a função do órgão transplantado ou a saúde materna, permitindo o nascimento de uma criança saudável. A literatura existente mantém-se escassa. São apresentados três casos clínicos.

Keywords