Dilemas: Revista de Estudos de Conflito e Controle Social (Dec 2017)
Homicídio, suicídio, morte acidental... 'O que foi que aconteceu?'
Abstract
O artigo discute as práticas dos profissionais responsáveis por classificar uma morte como “homicídio”, suicídio”, “acidente” ou “morte natural” à luz de abordagens construtivistas que tratam dos processos de criminalização. São analisadas as receitas profissionais utilizadas pelo staff da perícia criminal na tipificação de ocorrências. A pesquisa foi realizada em 2012 com base na observação de 19 “perícias de local do crime” no Rio de Janeiro. Os resultados indicam que as práticas adotadas em casos de morte típicos são diferentes das receitas profissionais seguidas pelo mesmo staff nos casos de morte atípicos. Por isso, o trabalho da perícia parece pouco contribuir para a elucidação da autoria em casos típicos de mortes classificadas como homicídios. Os resultados demonstram a desigualdade social na investigação dos homicídios. The paper Homicide, Suicide, Accidental Death… `What Happened?` discusses state agent’s death classification practices as “homicide”, “suicide”, “accident” or “natural death” in the light of constructionist perspective that deals with criminalization processes. It analyzes officers and coroners’ practical action and practical reasoning and their typifications of the offense and the offender to account for what happened. Ethnographic research was developed based on the observation of nineteen "crime scene investigations" carried out by professionals from the Homicide Division of Rio de Janeiro. The results indicate that the reasoning and practices adopted in typical cases of death are different from the practical recipes followed by the staff in atypical cases of death. For this and others reasons theirs works does little to elucidate authorship in typical and more recurrent cases of deaths classified as homicides in Rio de Janeiro. The results demonstrate the social inequality in the homicide investigation.Keywords: criminal forensics, criminal investigation, homicide, process of criminalization, Rio de Janeiro