Revista Brasileira de Cancerologia (Jun 2010)

Microcalcificações Mamárias Suspeitas de Malignidade

  • Letícia Athayde Linhares Martins,
  • Alexandre de Almeida Barra,
  • Clécio Ênio Murta de Lucena

DOI
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2010v56n2.1505
Journal volume & issue
Vol. 56, no. 2

Abstract

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O câncer de mama ocupa lugar de destaque no mundo ocidental por ser a maior causa de morte por câncer na população feminina. Medidas específicas para a prevenção primária do câncer de mama são de aplicação limitada na população em geral. Na prevenção secundária, esforços têm sido direcionados ao diagnóstico precoce. Neste cenário, encontra-se a mamografia, considerada o método mais sensível para detectar precocemente o câncer de mama. Microcalcificações mamárias são frequentemente detectadas nas mamografias de rastreamento e, embora a maioria seja benigna, algumas podem representar câncer. Assim, muitas biópsias originadas do rastreamento mamográfico visam a investigar microcalcificações suspeitas de malignidade. Neste sentido, há necessidade de caracterizá-las adequadamente, já que a conduta a ser seguida baseia-se na análise precisa destas. Diante disso, desenvolveu-se este trabalho na perspectiva de revisar as características dessas microcalcificações, contribuindo para a melhora na interpretação diagnóstica e na conduta clínica frente ao encontro destas na mamografia. Os artigos que serviram de sustentação para o presente estudo foram localizados por meio das bases de dados Medline, Lilacs, e Pubmed, utilizando os descritores “mamografia”, “neoplasia mamaria” e “calcinose”. Concluiu-se que, nas calcificações tipicamente malignas, os segmentos da mama devem ser biopsiados. Naquelas suspeitas de malignidade, se mesmo após exaustivo estudo de suas características pela mamografia não apresentarem sinais suficientes que indiquem doença benigna, devem ser investigadas a partir de um estudo anatomopatológico. Entretanto, inconsistências na classificação das microcalcificações de acordo com a morfologia, o nível de suspeição e a recomendação final do BI-RADS™ persistem e mais estudos da relação radiológicopatológica serão importantes na melhora da especificidade dessas variáveis.

Keywords