Revista Bioética (Jun 2024)

Dimensão ética da alimentação e hidratação artificiais no doente terminal

  • Miguel Ângelo Basto Clemente de Oliveira e Magalhães,
  • Maria Paula Correia Ribeiro da Costa e Silva,
  • Ivone Maria Resende Figueiredo Duarte

DOI
https://doi.org/10.1590/1983-803420243604pt
Journal volume & issue
Vol. 32

Abstract

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Resumo Dada a insuficiente evidência científica, decisões relativas à utilização de nutrição e hidratação artificiais em pacientes terminais configuram um importante dilema ético. Identifica-se um conflito entre as perspetivas de “tratar” e “cuidar”, com variação quanto a sua utilização conforme o contexto legal e cultural de diferentes países. O intuito deste estudo é esclarecer se essa prática constitui uma medida de cuidado básico ou um tratamento fútil e desproporcionado. Procede-se a uma revisão das diretrizes e dos códigos deontológicos de diferentes países europeus. Em Portugal, na Itália e na Polônia, tal prática é vista como uma medida de cuidado básico; já em países como França, Inglaterra, Noruega, Irlanda, Alemanha, Finlândia, Holanda, Bélgica e Suíça, é considerada um tratamento fútil. Na Romênia, na Croácia e na Hungria, verifica-se um enquadramento ético e legal insuficiente. As diferenças de abordagem a doentes terminais podem ser reflexo das diferentes perspetivas culturais.

Keywords