Anos 90 (Jul 2024)

“Que me importa que o governo recolha o meu dinheiro à caixa econômica, se eu tenho que morrer na prisão!?” contestações e resistências ao regime penitenciário da Casa de Correção de Porto Alegre (1897-1930)

  • Tiago da Silva Cesar

DOI
https://doi.org/10.22456/1983-201X.131991
Journal volume & issue
Vol. 31

Abstract

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A implementação do trabalho penal, a partir de uma lógica industrial, transformou as oficinas da Casa de Correção de Porto Alegre, entre 1897 e 1930, numa das mais importantes fábricas do Rio Grande do Sul. Recebendo investimentos e proteção especial do governo estadual, a produção e venda de suas manufaturas ultrapassaram rapidamente as fronteiras regionais e, inclusive, nacionais. Esse êxito econômico provocou, como era de se esperar, uma ampla defesa do regime penitenciário adotado, não apenas pelos seus principais idealizadores e autoridades, mas também por entusiastas e instituições de fora do círculo castilhista. Não obstante, e apesar dos encomiásticos elogios suscitados, a proposta aqui é analisar as práticas e discursos que desafinavam, quando não contestavam diretamente a versão oficial, baseada na ideia de uma suposta índole ordeira, obediente e submissa dos presos à ordem e regime penal imposto.

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