DST (Dec 2022)

Infecção genital pelo papilomavírus humano (HPV) em mulheres de Santa Catarina/Brasil

  • Edison Natal Fedrizzi,
  • Sérgio Murilo Steffens,
  • Maria Elizabeth Menezes,
  • José Eduardo Levi

DOI
https://doi.org/10.5327/DST-2177-8264-20221212
Journal volume & issue
Vol. 34

Abstract

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Introdução: A infecção por Papilomavírus Humano é a infecção sexualmente transmissível mais frequente na mulher. Cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas entrarão em contato com esse vírus em algum momento. A maioria das infecções será transitória, mas quando ela é persistente, associada aos Papilomavírus Humano de alto risco oncogênico, poderá progredir para câncer, principalmente de colo de útero. A melhor forma de se prevenir da contaminação pelo vírus é por meio de vacina, disponível no sistema público do Brasil desde 2014. Objetivos: Avaliar os tipos de Papilomavírus Humano mais prevalentes no estado de Santa Catarina e suas mesorregiões, e se a maioria dos tipos diagnosticados estão contidos nas vacinas contra o Papilomavírus Humano atualmente disponíveis no mercado. Métodos: Foram avaliados 20 mil exames para diagnóstico da infecção genital pelo Papilomavírus Humano em mulheres de todo o estado. A prevalência da infecção foi comparada de acordo com a idade e a procedência dos exames. A detecção do Papilomavírus Humano deu-se pelos exames de biologia molecular pelas técnicas de captura híbrida (para diagnóstico do grupo de Papilomavírus Humano, alto ou baixo riscos oncogênicos) e de PCR (genotipagem viral). Resultados: Foram avaliados exames para diagnóstico da infecção de mulheres entre um e 102 anos de idade. A faixa etária de maior positividade, como era de ser esperado, foi dos 20 aos 25 anos (45.6%) e a menor depois dos 70 anos (7.1%). A maior positividade dos exames foi observada na região Serrana do estado (58.9% dos exames). O Papilomavírus Humano de alto risco oncogênico foi detectado em 93% dos casos positivos e foi o mais frequente em todas as faixas etárias. A infecção mista (Papilomavírus Humano de alto e baixo riscos) foi mais prevalente na faixa etária dos 66 aos 70 anos (29.3%) e na região Sul Catarinense (26.4%). Os genótipos mais frequentes no estado foram os Papilomavírus Humano de alto risco oncogênico não 16/18 (76.9% dos casos positivos). O Papilomavírus Humano 16 foi encontrado em 17.1% dos casos positivos e o Papilomavírus Humano 18 em 6.6%. Conclusão: Os tipos de Papilomavírus Humano mais prevalentes no estado de Santa Catarina, nos últimos seis anos, são os Papilomavírus Humano de alto risco oncogênico não 16/18, tipos virais não cobertos pelas atuais vacinas contra o Papilomavírus Humano disponíveis no Brasil.

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