CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE SUBMETIDO A TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS HAPLOIDÊNTICO

Abstract

Introdução: O transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é utilizado no restabelecimento da hematopoese ou no tratamento de doenças malignas com acometimento da medula óssea. Até recentemente, era necessária compatibilidade de 100% entre doador e receptor, no entanto, a chance de encontrar uma medula compatível, na população em geral, é de 1 para cada 100 mil e muitos pacientes acabavam recaindo pelo tempo na fila de espera. O TCTH haploidêntico mudou essa realidade. Nesta modalidade o doador é um familiar (pai, mãe, irmão ou filho) e a compatibilidade é de 50% ou mais. Objetivo: Conhecer os cuidados de enfermagem ao paciente submetido a TCTH haploidêntico. Materiais e métodos: Trata-se de um relato de experiência de enfermeiras que atuam em uma unidade de transplante de células-tronco hematopoéticas de um hospital no Sul do país. Resultados: Os pacientes submetidos ao TCTH haploidêntico exigem mais cuidados da equipe de enfermagem durante o período de aplasia medular, na qual há um alto risco de infecção ocasionado pela neutropenia e no período da doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH). Durante a aplasia, é fundamental que o enfermeiro esteja atento aos sinais de sepse como febre e hipotensão, sangramento, alterações nas mucosas e nas eliminações. Para o tratamento da neutropenia é utilizado filgrastima; escalonado antibióticos de amplo espectro quando o paciente apresenta febre e é intensificado cuidados como higiene das mãos e antissepsia de cateteres. Na DECH, que consiste no ataque dos linfócitos do doador ao organismo do receptor, a profilaxia é feita através do uso de quimioterapia (ciclofosfamida) e imunossupressores (micofenolato e tacrolimus) que passam a ter ação imunossupressora contra esses linfócitos.Os cuidados de enfermagem incluem iniciar a hiper-hidratação antes e permanecer por pelo menos após 24 horas da última dose de quimioterápicos, controle rigoroso do balanço hídrico, administração de protetor urotelial, bem como verificação da hematúria em fita teste pelo menos uma vez ao turno. Discussão: Através do conhecimento e o cuidado de enfermagem especializado, é possível diminuir o risco de infecção e observar precocemente os sinais de DECH, possibilitando o início imediato de condutas que favoreçam um melhor desfecho para o paciente. Conclusão: Os cuidados de enfermagem no TCTH haploidêntico é fundamental para o reconhecimento precoce de comorbidades no período de aplasia medular e possíveis complicações após o TCTH. Um olhar minucioso da equipe deve ser sempre presente na prática de cuidados desses pacientes.