Revista Histedbr On-line (May 2021)

Representações sociais sobre a feminização do magistério na imprensa pernambucana (1885-1915)

  • Édla Kerollayne Tavares da Silva,
  • Adlene Silva Arantes

DOI
https://doi.org/10.20396/rho.v21i00.8657105
Journal volume & issue
Vol. 21, no. 00

Abstract

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Considerando a atividade docente no Brasil como sendo iniciada pelos homens e o perfil do professor brasileiro na educação básica como predominantemente feminino (INEP, 2009), faz-se necessário refletir sobre a feminização do magistério nacional e os fatores que contribuíram para tal. Desta forma, a presente pesquisa tem como objetivo compreender as representações sociais sobre a mulher e o magistério feminino na imprensa pernambucana no fim do século XIX e início do século XX, levando em consideração como tais representações podem ter influenciado o processo de feminização do magistério. Para compreender essas representações e suas influências, analisamos jornais escritos por mulheres e para mulheres, bem como jornais de sociedades acadêmicas e a Revista de Instrução Pública de Pernambuco, documento oficial do Estado. Baseamo-nos, teoricamente, nos estudos da história cultural, mais precisamente em Roger Chartier (1990). Nesta perspectiva, é importante ressaltar a importância do trabalho com jornais para a pesquisa em História da Educação, pois estes não apenas retratam a sociedade, mas participam desta. Ao analisar as representações, foi possível perceber a escassez de discursos relacionados à mulher professora. Em contrapartida, é possível perceber a importância da educação da mulher enquanto mãe dos futuros homens da nação. Concluímos que o positivismo contribuiu para feminização do magistério, pois consolida o homem no poder. A educação da mulher e da professora se relacionava com o papel de mãe e a suposta sensibilidade feminina deveria ser direcionada para não se preocupar com futilidades, proporcionando o pleno desenvolvimento de seus alunos.

Keywords